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Ipea: desigualdade entre rendimentos aumentou no segundo trimestre

em Manchete
quarta-feira, 18 de setembro de 2019
Justica temporario

Foto: Daniel Sulveira/G1

O trabalhador na faixa de um salário mínimo é o informal e está no que se chama de bico e, por isso, tem os menores ganhos.

A desigualdade entre os rendimentos médios do brasileiro aumentou no segundo trimestre. O dado está na Carta de Conjuntura do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgada ontem (18). As famílias de renda muito baixa tiveram queda de 1,4% nos seus rendimentos médios reais no período, mas o segmento mais rico da população registrou elevação salarial de 1,5%. A técnica de Pesquisa do Ipea, Maria Andreia Parente, disse que essa desigualdade ocorreu pela composição de dois movimentos distintos.
O primeiro é que, de fato, os indivíduos lotados nos domicílios de renda mais alta tiveram ganhos nominais de salários maiores e, segundo, a inflação no período foi maior para as famílias de mais baixa renda. No segundo trimestre de 2019 houve impacto maior dos reajustes de energia elétrica, das tarifas de ônibus e dos medicamentos para as pessoas de renda mais baixa.
“Alta de preços em itens que pesam muito na cesta de consumo dos mais pobres, e isso ajuda a explicar porque essas famílias tiveram queda de salário”, explicou. A informalidade também fez aumentar a desigualdade. O trabalhador na faixa que remunera até menos de um salário mínimo, em geral, é o informal e está no que se chama de bico e, por isso, tem os menores ganhos salariais. Andreia disse que o mercado de trabalho melhora como um todo para todas as faixas, mas teve reflexo mais positivo entre os mais jovens.
Para a técnica do IPEA, é um crescimento forte que não era registrado em vários trimestres. “Os trabalhadores com maior nível de escolaridade conseguem se manter por mais tempo no emprego. São sempre os últimos a serem demitidos, e uma vez demitidos, são aqueles com mais facilidade de conseguir uma colocação. O inverso vale para os menos qualificados. Quanto menor a qualificação desse trabalhador é sempre mais fácil ele ser demitido, e dado que ele está no desemprego, é mais difícil voltar ao mercado de trabalho”, explicou Andreia (ABr).