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Guerra comercial entre EUA e China ‘pode atingir’ Brasil

em Manchete
quarta-feira, 25 de julho de 2018
Guerra temporario

Guerra temporario

A atual guerra comercial ‘pode ser’ um fenômeno passageiro.

Foto: Reprodução

A guerra comercial entre os Estados Unidos e China pode atingir o Brasil e prejudicar as próprias empresas norte-americanas, segundo avaliação dos especialistas que participaram ontem (25) de um fórum sobre o tema promovido pela Câmara Americana de Comércio. “Nenhum país tem tantas empresas transnacionais quanto os Estados Unidos, então, isso vai machucar, no médio prazo, as estruturas de custos das empresas norte-americanas”, destacou o pesquisador especialista em Brics, da Universidade de Columbia, Marcos Troyjo.
Para Toyjo, em países como os Estados Unidos, com muitas empresas com filiais no exterior, a análise simples da balança comercial pode ser enganosa para tomar decisões como a que motivou a disputa comercial. “Porque os déficits comerciais podem ser mais do que compensados pela remessa de dividendos e pelo fluxo de investimento estrangeiro direto”, ponderou. Por outro lado, os danos que a disputa pode causar às próprias empresas norte-americanas e dependência mútua entre as grandes economias são indicativos que a atual guerra comercial pode ser um fenômeno passageiro.
A professora de relações internacionais da Unifesp, Cristina Pecequilo, destacou que apesar dos possíveis benefícios a curto prazo, o Brasil corre risco de ser atingido pela disputa entre as potências econômicas. “Uma polarização, em qualquer área, gera fechamento de espaços no comércio e na estrutura do sistema internacional de uma forma geral”, disse.
“Eu lembro a vocês inúmeros contenciosos entre Brasil e Estados Unidos, entre Brasil e União Europeia. Já foi lembrado as dificuldades de negociar um acordo entre Mercosul e União Europeia. Essas inúmeras variáveis mostram para gente que as avaliações otimistas de curto prazo não se sustentam”, acrescentou. Seria estratégico para o Brasil, na avaliação da especialista, buscar se posicionar de forma a diminuir a dependência comercial em relação às grandes economias. “Não colocar todos os nossos ovos em uma única cesta” (ABr).