Presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn. |
O presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, disse na sexta-feira (8) que é preciso reduzir a indexação da economia brasileira, ou seja, os reajustes automáticos de preços a partir da inflação passada. “Essa cultura” tende a ser mudada à medida que a inflação seja mantida em patamares baixos. “Se a gente conseguir manter a inflação baixa, vamos conseguir reduzir a indexação”, disse ao participar de um almoço promovido pelo Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros.
Para Goldfajn, o patamar de inflação registrado vai ajudar o país a passar com mais tranquilidade pelas flutuações do câmbio que vem acontecendo nos últimos dias, evitando medidas como grandes altas na taxa de juros para conter o aumento de preços. “A gente tem hoje uma inflação em 12 meses de 2,46%. A meta é 4,5%. Nós estamos abaixo de 3%. Nesse período mais volátil, a gente começa com uma inflação mais baixa. Isso nos permite uma tranquilidade maior sob o ponto de vista de política monetária”, disse.
Goldfajn atribuiu a alta do dólar a um cenário externo menos favorável, com os recursos migrando para economias mais fortes. “O cenário externo está menos benigno. Eu diria, mais desafiador, mais volátil. E o que tem de fundo é uma realocação em direção a países avançados, em especial os Estados Unidos”, disse lembrando que as taxas de juros norte-americanas têm subido, atraindo os investidores. O BC está preparado para fazer novas intervenções para amortecer a volatilidade do câmbio. “Estamos aqui ajudando o mercado enquanto for necessário” (ABr).