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Dilma avalia futuro e lamenta só seis votos do PMDB contra o impeachment

em Manchete
segunda-feira, 18 de abril de 2016

Marcelo Camargo/ABr

Parlamentares que apoiam o governo dão entrevista após encontro com a presidente Dilma Rousseff.

Brasília – A presidente Dilma Roussef passou a manhã de ontem (18), em seu gabinete no Palácio do Planalto ao lado de auxiliares diretos, como os ministros Jaques Wagner e Ricardo Berzoini, avaliando um pouco os resultados da votação de domingo e definindo estratégias para tentar reverter o quadro no Senado. O sentimento de decepção e repúdio às traições permaneciam e a maior queixa foi em relação ao PMDB, que deu apenas seis votos contra o impeachment
Embora o Planalto reconheça que é “muito difícil” reverter a “onda contra o governo no Senado”, o momento é de concentrar as forças naquela Casa, para tentar evitar que a presidente seja afastada do seu cargo. Na verdade, a situação é considerada “dramática”. No plenário do Senado, o governo tem apenas 21 votos, mas na primeira votação precisa de 41. Por outro lado, as projeções mostram que a oposição já teria os 45 votos necessários. O Planalto estuda também quando e de que forma entrará no STF com ação questionando o processo de impeachment.
O baque com o resultado de ontem, no entanto, foi grande. Dilma estava indignada com o deputado Mauro Lopes, que foi ministro da Aviação Civil e que, na sexta-feira, almoçou com a ministra e senadora Kátia Abreu e sinalizou que, no mínimo se absteria de votar. Mas nunca votar contra, como fez. Dilma e sua equipe ficaram indignadas também com Alfredo Nascimento, afastado por Dilma na “faxina” que ela fez no início do seu primeiro mandato. O gesto foi entendido como “clara vingança”.
Outro que deixou Dilma profundamente irritada e surpresa foi o deputado Adail Carneiro (PP-CE). Ele esteve durante horas no domingo no Alvorada, onde Dilma se reunia com seus auxiliares, assegurou que votaria para ela e o governador do Estado, Camilo Santana. Só que saiu de lá e votou a favor do impeachment. “Ué, esse cara não passou a tarde toda aqui com a gente e foi lá e votou contra?”, queixou-se, “perplexa” Dilma. Mas, a cada voto prometido e não cumprido, Dilma repetia. “O que é isso? Não acredito. Que coisa!” (AE).