Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. |
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem (11), durante evento em São Paulo, que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC levará em consideração, no encontro da próxima semana, que o impacto dos choques recentes sobre a política monetária ocorre através de seus “efeitos secundários” sobre a inflação. “Ou seja, pela propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque”, disse Goldfajn. “Esses efeitos tendem a ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas e projeções de inflação ancoradas nas metas”, ponderou.
De acordo com Goldfajn, “o Copom, em sua reunião de março, avaliou como adequada a manutenção da taxa de juros no patamar corrente, caso as condições se mantivessem”. A Selic está atualmente em 6,50% ao ano. “Na próxima reunião, o comitê analisará essas condições com foco como sempre nas projeções e expectativas de inflação e o seu balanço de riscos e tomará a decisão que considere adequada naquele momento”, acrescentou.
Goldfajn fez ainda um diagnóstico sobre o cenário externo que, nas últimas semanas, “tornou-se mais desafiador e apresentou volatilidade”. “A evolução dos riscos, em grande parte associados à normalização das taxas de juros em algumas economias avançadas, produziu ajustes nos mercados financeiros internacionais”, afirmou. “O mercado apresenta um comportamento volátil, com uma piora na percepção dos agentes internacionais em relação ao cenário global.”
No entanto, ele lembrou que o BC e o Tesouro têm atuado para prover liquidez por meio de leilões de swap cambial – operações cujo efeito é equivalente à venda de dólares no mercado futuro – e para dar liquidez ao mercado de juros. “O BC e o Tesouro Nacional vão continuar oferecendo de forma coordenada liquidez, seja no mercado de câmbio, seja no mercado de juros”, disse.