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Começar ano com inflação abaixo da meta ‘é um colchão’

em Manchete
quarta-feira, 13 de dezembro de 2017
Ailton de Freitas/O Globo

Ailton de Freitas/O Globo

Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn.

Brasília – O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou ontem (13), que a economia brasileira tem vários “colchões” para enfrentar o ano eleitoral de 2018. Apesar de evitar a todo custo falar sobre o impacto das eleições na economia, o presidente do BC disse que entrar em 2018 com a inflação abaixo da meta já é um importante colchão.
Ele citou outros “colchões”: reservas internacionais elevadas, contas externas sustentáveis financiadas pelo investimento estrangeiro direto, níveis de swaps cambiais mais baixos e expectativas de inflação ancoradas. Segundo ele, a economia está preparada para diferentes choques e fez referência ao cambial. Descartou qualquer mudança no nível de reservas internacionais. Na sua avaliação, não é o momento de discussão de redução das reservas no ano que vem. “Não vamos discutir o seguro no momento do sinistro”, afirmou de forma categórica e, na prática, sinalizando riscos de volatilidade em 2018.
Ilan fez questão de ressaltar que o balanço de pagamento do País com o exterior está caminhando para um déficit em conta corrente abaixo de 0,5% do PIB e sendo financiado por um volume de investimentos estrangeiros diretos de 4,5% do PIB. “Temos uma quantidade de reservas de quase 20% que nos dá a tranquilidade para atravessar qualquer momento mais volatilidade”, disse ele, ressaltando que posição do BC em ano de eleições é dar uma contribuição “neutra” e “técnica”.
O presidente do BC disse considerar que a inflação de um grande ativo que permitiu a queda da taxa de juros e a recuperação do poder de compra da população. “É algo benéfico para sociedade brasileira”, disse. Elencou duas decisões do BC que foram importantes para que isso ocorresse: atingir as expectativas de inflação por meio de uma política monetária firme e não tentar combater a queda de preços de itens que o BC não tem controle tentando subir os preços daqueles que controla (AE).