As incertezas em relação ao resultado das eleições, e ao programa econômico do novo governo, reduziram ainda mais o fraco ritmo de crescimento da economia e da indústria. Foto: Mario Tama/Getty Images |
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu a projeção para o crescimento da economia este ano. Segundo o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado quinta-feira (11), em Brasília, a previsão passou 1,6% estimado em junho para 1,3%. Em abril, a estimativa era 2,6%. Quanto ao PIB industrial, espera-se que tenha expansão de 1,3%, inferior a 1,8% previsto em junho.
O consumo das famílias aumentará 1,9% e a taxa de desemprego continuará alta, fechando o ano com média anual de 12,2% da população economicamente ativa. As novas previsões indicam que os investimentos aumentarão 2,2%. O Informe Conjuntural lembra que as incertezas em relação ao resultado das eleições e ao programa econômico do novo governo reduziram ainda mais o fraco ritmo de crescimento da economia e da indústria no terceiro trimestre.
Para a CNI, o ajuste das contas públicas é o principal desafio do próximo governo. “É inexorável um ajuste que reponha a trajetória das contas públicas na linha da responsabilidade fiscal”, diz o Informe Conjuntural. A CNI estima que a dívida pública alcançará 77,1% do PIB. O déficit primário, mesmo com as sucessivas quedas registradas até agosto, fechará o ano em 1,9% do PIB, mostrando que as despesas do governo são superiores às receitas.
“Em 2018, completaremos o quinto ano seguido de déficits primários expressivos, o que levou ao aumento de 25 pontos percentuais na relação da dívida pública/PIB. Esse quadro precisa ser revertido”, adverte o estudo. Na avaliação da indústria, o próximo governo deve manter a Emenda Constitucional 95, que estabelece limites para o crescimento do gasto público (ABr).