A Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada ontem (10) pelo IBGE, revela que, na passagem de julho para agosto, se manteve estável o faturamento real, isto é, já descontados os efeitos sazonais, dos dez segmentos que compõem o comércio varejista ampliado. No conceito restrito, que exclui os segmentos de veículos e material de construção, houve alta modesta no período (+0,1%). A Confederação Nacional do Comércio (CNC) mantém a expectativa de elevação de 4,6% neste ano na comparação com o ano anterior.
Mesmo com a estabilidade mensal, o varejo ampliado completou seis meses sem registrar retrações no volume de vendas. Os destaques ficaram por conta dos avanços alcançados pelas lojas especializadas nas vendas de equipamentos e materiais de escritório, informática e comunicação (+3,8%) e, principalmente, pelo desempenho registrado pelos hiper e supermercados (+0,6) – maior segmento do varejo brasileiro em termos de faturamento.
O componente preço vem cumprindo um papel relevante no sentido de proporcionar desempenhos positivos às vendas enquanto o mercado de trabalho ainda não mostra sinais de recuperação. Pelo quinto mês seguido, houve alta no volume de vendas do varejo ampliado ante o mesmo mês do ano anterior. Entretanto, o ritmo de expansão foi mais bem mais modesto do que na leitura anterior (+1,4% em agosto ante +7,7% em julho). Novamente o ramo de hiper e supermercados foi o que mais contribuiu (+2,4%) para o resultado positivo.
Para o economista Fabio Bentes, da Divisão Econômica da CNC, a tendência é que as vendas comecem a ganhar fôlego com impacto positivo sobre as vendas, esperado a partir das medidas de estímulo ao consumo. “Some-se a esse cenário, a perspectiva de que, diante do comportamento benigno da inflação, um novo piso histórico para os juros básicos (4,5% ao ano) seja testado na expectativa de estimular economia, também pela via do crédito”, acrescentou (ABr).