Depoimento de Adelio Bispo que esfaqueou Bolsonaro. Foto: YouTube |
Com frases pausadas e bom vocabulário, Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou Jair Bolsonaro em Juiz de Fora, disse que “pretendia dar pelo menos um susto” ao candidato do PSL à Presidência. Referindo-se como “incidente” e “imprevisto”, e sem citar nenhuma vez o nome de Bolsonaro, o agressor deu a seguinte explicação: “Eu, como milhões de pessoas, pelos discursos da pessoa referida, me sinto ameaçado. Aquela certeza de que cedo ou tarde ele vai cumprir aquilo que está prometendo tão veementemente pelo país todo, contra pessoas como eu exatamente”.
O video em que Adélio Bispo fala pela primeira vez foi gravado durante a audiência de custódia, na última sexta-feira (7). Ele admite ter cometido o atentado por motivos políticos e religiosos. Revela também que não tem tomado medicações psiquiátricas. Também afirmou que, desde o momento em que foi preso, sofreu “humilhações verbais” e agressões de agentes prisionais supostamente simpatizantes de Bolsonaro.
No início da audiência, Bispo alegou dificuldades para falar por sentir dores nos pulmões e nas costelas, por conta das agressões sofridas desde o momento de sua prisão. O agressor foi preso no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional, onde, segundo ele, dividiu com outros seis presos uma cela projetada para duas pessoas. Perguntado sobre medicações controladas receitadas por psiquiatras, ele disse já ter tomado remédios bastante fortes, mas que, como não tem ido ao médico, não tem usado nenhum nos últimos dias.
“Tem um, que não me recordo o nome, que é extremamente forte e derruba em menos de 15 minutos. Também fiz uso do Pamelor 50 [antidepressivo], que é mais brando. Fiz uso de um terceiro que não me lembro mais, mas não estou fazendo uso regular neste momento. Faz um bom tempo que não visito o médico”, disse o autor do atentado (ABr).