O BC garante ao investidor o pagamento da variação do dólar no período. Foto: Ag.O Globo |
As perdas do Banco Central (BC) com operações equivalentes à venda de dólares no mercado futuro, swaps cambiais, chegaram a R$ 28,559 bilhões em agosto, segundo dados divulgados ontem (5). No acumulado deste ano até agosto, as perdas somam R$ 36,380 bilhões. As operações de swap cambial provocam prejuízo em momentos de alta do dólar, mas o banco lucra muito mais com a conversão em reais do valor das reservas internacionais.
Mesmo com o prejuízo nas operações de swap cambial, o impacto da alta do dólar sobre as contas do BC só será conhecido no fim de fevereiro de 2019, quando a instituição publicará o balanço de 2018. No primeiro semestre, o BC teve lucro cambial recorde de R$ 146,2 bilhões por causa da disparada da moeda norte-americana. A autoridade monetária teve lucro de R$ 163,8 bilhões com a valorização das reservas cambiais e perdas de R$ 17,7 bilhões com os leilões de swap cambial nos seis primeiros meses do ano.
Os resultados são transferidos para os juros da dívida pública, aliviando as contas públicas quando os contratos de swap são favoráveis à autoridade monetária e precisando ser cobertos com as emissões de títulos públicos pelo Tesouro Nacional quando acontece o oposto. Criado em 2001, o swap cambial é uma ferramenta que permite ao BC intervir no câmbio sem comprometer as reservas internacionais. O BC vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro.
Nos contratos de swap cambial, o BC garante ao investidor o pagamento da variação do dólar no período, e o investidor restitui a variação da taxa de juros no período. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes. No último dia 30, quando anunciou leilão de novos contratos de swap, o BC disse que as intervenções “visam prover liquidez e garantir o bom funcionamento do mercado cambial e, portanto, do regime de câmbio flutuante” (ABr).