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Aliados de Temer deflagram ofensiva contra acusações de Dilma e do PT

em Manchete
quarta-feira, 20 de abril de 2016

Márcio Fernandes/Estadão Conteúdo

O vice-presidente Michel Temer se despede do economista Delfim Netto e do senador Romero Jucá, na entrada de sua residência no Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo.

São Paulo – Os aliados do vice-presidente Michel Temer deflagraram uma ofensiva para responder as críticas do PT e as acusações da presidente Dilma Rousseff de que um golpe está em curso no Brasil. Após reunião do núcleo político do PMDB com o vice-presidente Michel Temer, na capital, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) disse que não há anormalidade política, legal ou jurídica no País e que é o governo de Dilma quem está desacreditado e jogando o Brasil num imenso buraco.
Os líderes do PMDB, além de Jucá estiveram reunidos também os ex-ministros Geddel Vieira Lima, Moreira Franco e Eliseu Padilha, estão preocupado com as repercussões internacionais dos discursos e entrevistas de Dilma, batendo na tecla de que há um golpe em curso no Brasil. “Semana que vem darei coletiva para os correspondentes internacionais em Brasília para esclarecer o que está sendo feito pelo Congresso, de acordo com o STF e cumprindo a Constituição brasileira”, disse o senador Jucá. Na avaliação do peemedebista, há um grito de basta na sociedade e no Congresso as providências políticas estão sendo tomadas no âmbito e espaço legais.
Na rápida entrevista que concedeu após se reunir com Temer e os correligionários da sigla, Jucá refutou que o vice-presidente e seu partido possam fazer qualquer ação no sentido de coibir o andamento dessas investigações. “A operação Lava Jato tem todo o nosso apoio e as investigações no TSE também”. Com relação às investigações neste tribunal, o senador disse que o seu partido defende que as contas de Temer e Dilma sejam julgadas separadamente. “São pessoas e partidos distintos”, emendou.
Quanto ao julgamento do processo do impeachment no Senado, Jucá disse que a oposição ao governo Dilma quer, dentro do regimento, votar com a urgência que a situação requer. “Temos hoje no Brasil um quadro de paralisia, com uma presidente desautorizada pela maioria da Câmara, em votação maciça, temos uma zona cinzenta, com um governo sem credibilidade, capacidade de atuação e legitimidade, com a necessidade de o Senado concluir essa etapa do impeachment”.
O senador do PMDB disse que, apesar do silêncio pregado por Temer, o vice-presidente está preparado para dar posse a um ministério que vai atuar sob o seu comando, caso o Senado aprove o prosseguimento do processo de impeachment. E destacou que ele vem conversando com vários setores da economia e da sociedade para consolidar seu projeto. “Apesar da espera na silenciosa manifestação, ele não está paralisado, está atuando é só vai divulgar algo (nome de sua equipe) quando o Senado se manifestar”. Ao comentar sobre a defesa de novas eleições que o PT e alguns políticos, como Marina Silva defendem, Jucá classificou a iniciativa de “golpe”. “Isso sim é golpe, porque fere uma cláusula pétrea da constituição” (AE).