Érico Almeida (*)
Está cada vez mais difícil preencher vagas. Além disso, mais do que encontrar um profissional compatível com o cargo, as organizações também têm em frente um outro obstáculo, que é localizar um perfil que se adeque às políticas da empresa – algo que, felizmente, pode ser superado a partir do investimento em treinamentos corporativos.
Quando falamos sobre a aplicação desse tipo de treinamento, é importante deixar claro que não se trata exclusivamente de apenas desenvolver as habilidades técnicas, mas sim de favorecer o desempenho e despertar o sentimento de pertencimento nos times, principalmente, se tratando de novas integrações na equipe.
Os treinamentos corporativos ganharam ainda mais força considerando que, com as constantes atualizações do mercado, hoje, as contratações que mais obtém sucesso não são aquelas que buscam apenas recrutar especialistas, mas as que têm como foco moldar e inserir o colaborador na cultura organizacional. Afinal, é esse movimento de demonstração e empenho para auxiliar na integração que favorece na obtenção de um time altamente engajado e motivado.
Sabemos bem que nenhuma mudança acontece do dia para a noite. A mesma coisa acontece durante a aplicação de treinamentos que envolve toda a equipe, levando até mesmo a incertezas sobre aquilo que deve ser abordado e trabalhado com o time. Sendo assim, destaco aqui sete aspectos importantes que devem ser pautados durante essa execução. Confira:
- – Segurança psicológica: é crucial que a empresa proporcione um ambiente seguro, dando oportunidade para as pessoas se expressarem. Isso é, a organização precisa estar atenta em desenvolver uma cultura em que tanto um colaborador antigo quanto um novo se sintam inseridos na companhia, e vejam que sua contribuição também é importante para todo o núcleo;
- – Comunicação não violenta: complementando o tópico anterior, de nada adianta criar um ambiente seguro, mas ainda ter resquícios de opressão e julgamentos. Tanto a alta gestão quanto a equipe precisam ter estabelecidos formas cuidadosas e respeitosas de se comunicar, a fim de evitar conflitos ou ruídos;
- – Trabalho em equipe: um verdadeiro líder é aquele que inspira. Durante a execução das atividades, dúvidas podem surgir ao longo do caminho. Por isso, é fundamental que a equipe como um todo esteja preparada e liderada, seja para ajudar ou pedir auxílio em eventuais situações, independentemente de qual seja o grau de dificuldade – livre de qualquer julgamento ou opressão.
- – Inteligência Emocional: falar sobre o mundo corporativo assusta. Ainda mais, com a quantidade de transtornos associados a essa carga como, por exemplo, a Síndrome de Burnout e ansiedade – cujos diagnósticos frequentes tornaram o Brasil o segundo país do mundo que mais se preocupa com essas questões, segundo o Google Trends. Deste modo, é fundamental que a empresa busque não apenas criar um ambiente desafiador, mas um ambiente que dê espaço para o colaborador raciocinar e se sentir acolhido.
- – Administração de tempo: gerenciar uma gama de tarefas pode ser algo desafiador para alguns. Por isso, o treinamento pode ser efetivo para dar dicas e auxiliar o colaborador a traçar um planejamento que o ajude a ter uma maior produtividade e eficiência.
- – Ser o seu próprio líder: despertar o senso de pertencimento é essencial, mas alinhado a isso, é importante que o colaborador também tenha estabelecido o sentimento de alta liderança. Ou seja, é preciso instruí-lo a gerenciar o seu tempo, motivá-lo a se preparar, sanar dúvidas e, principalmente, a seguir almejando seu crescimento contínuo.
- – Estabelecer a mentalidade de aprendizado contínuo: como citado anteriormente, o mercado segue em franca evolução. Sendo assim, é essencial que o colaborador tenha em mente a importância de continuar se desenvolvendo e adquirindo habilidades, a fim de garantir seu protagonismo e destaque frente as novas aspirações que surgem.
À medida em que o treinamento corporativo é aplicado e esses aspectos trabalhados, a empresa obtém benefícios que vão desde o maior engajamento, até a retenção de talentos, uma vez que a organização demonstra o seu compromisso e responsabilidade em ajudar e investir para que o colaborador tenha uma jornada de sucesso.
Todos esses pilares não devem apenas fazer parte de um conjunto de disciplinas, mas também da cultura organizacional. Afinal, em um mercado cada vez mais competitivo, o que faz a diferença não são mais apenas os aspectos de remunerações, mas qual o melhor custo-benefício e chances crescimento que estarão inclusas nas oportunidades oferecidas.
(*) – É sócio-gerente do Grupo Skill (https://gruposkill.com.br/).