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Tombini: projeção para PIB de 2016 será revisada, “infelizmente”

em Manchete Principal
terça-feira, 22 de março de 2016

Presidente do BC, Alexandre Tombini, na audiência pública em que falou sobre a execução da política monetária brasileira.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou ontem (22), que a instituição irá revisar suas expectativas para o PIB de 2016. Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, ele lembrou que a última previsão do BC era uma queda de 2%. “Nossa previsão era contração de 2% e vai ser revisada, infelizmente”, disse Tombini. “Temos de fazer de tudo para retomar o crescimento em 2017”, afirmou o presidente.
Tombini afirmou que os depósitos à vista têm sido fundamentais para o financiamento da agricultura. Segundo ele, a base de depósitos a vista tem se contraído ao longo do tempo. Sobre a especulação em torno da taxa de câmbio no Brasil, disse que a melhor forma, que tem servido ao País, é o câmbio flutuante.
Tombini se defendeu de acusações de que as decisões do Copom sofrem ingerência política por parte da presidente Dilma Rousseff. O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) questionou uma suposta reunião entre Dilma e Tombini às vésperas da reunião do Copom de janeiro, quando havia expectativa de alta dos juros básicos (Selic), mas o BC manteve a taxa inalterada. Na ocasião, no dia da reunião da diretoria do BC, Tombini foi a público falar sobre uma mudança de cenário com o objetivo de ancorar expectativas em relação aos juros – um estratégia inédita para ele até então.
Tombini garantiu que não houve reunião à véspera do Copom de janeiro com a presidente Dilma Rousseff. Ele negou que haja ingerência nas decisões, mas afirmou que pressões políticas existem, de todos os lados. “Há turma dizendo que tem de subir os juros, tem turma que está dizendo que tem de baixar. Pressão política sempre há, ingerência não”, ponderou. “Ingerência política é zero, até porque a reunião é colegiada. Não tenho poder para definir voto de ninguém”, disse.
Tombini comentou que a expectativa é de uma redução da inflação em março, ressaltando que o nível de inflação corrente é elevado, mas que no primeiro semestre é esperada uma queda de 2 pontos porcentuais na taxa. “Algo que parecia inatingível, 6,5% neste ano, está cada vez mais factível”, disse. “Na medida em que isso ocorrer de forma mais consolidada teremos oportunidade de pensar no futuro em distensão de política”, avaliou o presidente do BC, destacando que, à medida que as expectativas se refluem, as projeções do BC também acompanham essa tendência (AE).