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Titanic 2.0 no oceano da IA: o futuro das fintechs e a necessidade de adaptabilidade

em Manchete Principal
quarta-feira, 05 de junho de 2024

Eduardo Bastos (*)

Você já parou para pensar em como a autoconfiança pode impactar positivamente o seu negócio? E o contrário? Já considerou como estar excessivamente seguro de determinada situação pode cegá-lo para a realidade do mercado, prejudicando o desenvolvimento sustentável da sua trajetória como empreendedor?

Pensando nas constantes mudanças nos diversos segmentos de mercado e na forma como o cliente final consome, quero compartilhar minha visão sobre a importância de entender as nuances do mercado e como a tecnologia pode apoiar a construção de empresas mais sólidas e resilientes. Para ilustrar esse ponto, usarei uma metáfora que captura a essência do que quero transmitir.

Em 1912, o Titanic, até então o maior navio de passageiros do mundo, navegava majestoso pelo Atlântico com suas impressionantes 46 mil toneladas, sendo considerado por muitos inafundável. Comandando tudo, tínhamos o capitão e os chefes dos oficiais, além de engenheiros e comissários – todos do “C-Level” da época, seguros de que estavam a bordo de um navio indestrutível. Do lado de fora, o cenário era o oceano, cheio de mistérios e totalmente imprevisível.

Imagem: blackdovfx_CANVA

Sabemos bem o desfecho dessa história. Por que, mesmo com todos os avisos recebidos sobre os perigos à frente, o capitão manteve-se firme na rota, confiante na suposta invulnerabilidade do Titanic? Com 45 anos de experiência no mar, sendo 30 deles em travessias transatlânticas, ele ignorou os sinais de perigo e afundou junto com seu navio.

Essa história é uma metáfora poderosa para o mundo dos negócios. No “oceano dos negócios”, há muitos icebergs à espreita, e ser o capitão de um negócio grande e poderoso não significa nada se você não souber reconhecer os sinais de perigo. Hoje, temos um novo iceberg rompendo a linha d’água: a inteligência artificial. Ignorar os sinais que chegam é a pior escolha. É hora de girar o timão e ajustar a rota!

O que vimos da IA até agora é só a ponta do iceberg; ainda há muito mais escondido nas profundezas. A melhor maneira de manter o barco navegando é preparar a tripulação para que possa agir e reagir às novidades que podem surgir neste oceano. No setor de fintech, por exemplo, a IA já é uma realidade e mudou todo o jogo. Empresas utilizam inteligência artificial para realizar processos de maneira mais rápida e assertiva, como análises de crédito, gestão de investimentos e detecção de fraudes.

Algoritmos de machine learning estão ajudando a identificar padrões de comportamento financeiro de pessoas e empresas, permitindo que empresários e gestores tenham um panorama mais assertivo do seu mercado de atuação. Essas informações refinam estratégias e permitem decisões mais precisas, seguras e rápidas. A IA tornou-se crucial e indispensável para o desenvolvimento de soluções financeiras inovadoras, que se adaptam às necessidades dos clientes em tempo real.

No campo de CRM e gestão de contratos, a IA está revolucionando com sistemas avançados que podem prever o comportamento do cliente, automatizar processos e melhorar a eficiência operacional. Imagine uma plataforma que não só gerencia seus contratos, mas também prevê o melhor momento para renovar ou renegociar, tudo com base em dados históricos e padrões de comportamento. Empresas como a Corbee estão na vanguarda dessa transformação, integrando IA em seus sistemas para oferecer soluções ainda mais inteligentes e eficazes.

Imagem: Melpomenem_CANVA

Quando pensamos em segurança e soluções antifraude, a IA está mais uma vez na linha de frente. Tecnologias avançadas de reconhecimento facial conseguem detectar se uma foto usada em validação biométrica é real ou não, analisando detalhes como ângulo, iluminação e consistência facial. Empresas especializadas em segurança digital, como a Trustic, estão utilizando essas tecnologias para criar sistemas de segurança com uma camada extra de proteção contra fraudes.

A história do Titanic nos ensina que a autoconfiança sem a devida atenção aos sinais de perigo pode levar a desastres. No mercado financeiro, essa lição é particularmente relevante. A confiança excessiva em métodos tradicionais pode cegar os empresários para as novas oportunidades e riscos que emergem constantemente, e a inteligência artificial é um desses sinais cruciais que não podem ser ignorados.

Portanto, no oceano dinâmico e competitivo do mercado financeiro, a IA é a bússola que ajuda a navegar pelas incertezas e aproveitar novas oportunidades. Ignorar essa tecnologia seria um erro estratégico grave. Os líderes empresariais devem adotar a IA como uma ferramenta central em suas operações, garantindo que suas empresas não apenas sobrevivam, mas prosperem nesse ambiente em constante mudança.

Integrar a inteligência artificial de forma estratégica permitirá às fintechs e outras instituições financeiras se adaptarem rapidamente às demandas do mercado, oferecerem soluções inovadoras e permanecerem à frente da concorrência. Dessa forma, construirão uma trajetória sólida e resiliente, preparada para os desafios e oportunidades do futuro.

(*) – É Diretor de Marketing da Corlabs (https://www.corlab.com.br).