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Temer: governo estava isolado, com crise fiscal e “déficit da verdade”

em Manchete Principal
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, no Palácio do Planalto. Na foto, a secretária de Gestão do Ministério do Planejamento, Patrícia Audi, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o governador Rodrigo Rollemberg.

Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social, no Palácio do Planalto. Na foto, a secretária de Gestão do Ministério do Planejamento, Patrícia Audi, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o governador Rodrigo Rollemberg.

Em um de seus discursos mais longos desde que assumiu a Presidência da República, Michel Temer disse ontem (21), durante a abertura das reuniões do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que as dificuldades pelas quais passa o país vão além da questão do déficit fiscal e passam também por um “déficit da verdade”, que acabou por isolar o governo anterior. Se o país continuasse no ritmo em que estava, disse o presidente, teria de ser “fechado para balanço em 2024”.
“No Brasil que encontramos não havia apenas o déficit fiscal. Havia também um certo déficit da verdade. A gigantesca crise que herdamos é, em parte, produto de tentativas de disfarçar a realidade”, disse o presidente. Durante sua fala, Temer apresentou parte da estratégia do seu governo para amenizar os problemas econômicos do país. Neste primeiro momento, o governo está atuando no sentido de combater a recessão para, em um segundo momento, fazer com que o país cresça e, em um terceiro momento, gerar empregos.
“Nossa crise é de natureza fiscal. Por muito tempo, o governo gastou mais do que podia. Agora, a realidade bate à porta e cobra seu preço. O déficit era de R$ 170 bilhões, e o da Previdência poderá chegar a R$ 140 bilhões. São déficits assustadores que ruíram a confiança dos investidores e dos consumidores. O preço desse descuido das contas públicas não é pago pelo governante que gasta demais. É pago pelo trabalhador que sente os efeitos da irresponsabilidade no emprego e no bolso”.
Segundo ele, os números encontrados por sua equipe após assumir o governo “simplesmente não fecham”. “Se prosseguíssemos naquele ritmo [adotado durante o governo Dilma Rousseff], em 2024 teríamos de fechar o Brasil para balanço. Evidentemente, a Previdência faz parte desse conserto”, disse ao justificar as movimentações que o governo vem fazendo com o intuito de fazer uma reforma da Previdência. Temer voltou a afirmar que encontrou o país “imerso em uma das piores crises da história”, e que é necessário “abandonar o isolamento do poder, construir pontes de entendimento e articular consensos”.
É com esse cuidado, acrescentou, que o governo tem buscado restabelecer a relação harmônica entre os poderes. “Estamos implementando uma agenda de produtividade, tratando o setor privado como parceiro. E vamos restituir ao Estado o seu papel regulador”, disse Temer. Esse papel regulador do Estado terá reflexos positivos no setor privado. “A empresa terá agora escolhas, e não amarras”, disse ao ressaltar que já há índices mostrando que o consumo está começando a aumentar graças à confiança tanto do setor empresarial como dos trabalhadores.