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Startups – será que realmente vale a pena ter a sua?

em Manchete Principal
terça-feira, 10 de novembro de 2020

Armando Kolbe Junior (*)

Startup é um modelo empresarial que soluciona necessidades reais, possui um alto potencial de viralização e replicável, são focadas em ideias arriscadas e antecipam tendências tecnológicas. Mas, será que realmente vale a pena ter a sua? Entre as vantagens e motivos pelos quais muitos empreendedores investem nelas, é o fato de que mesmo em um investimento muito arriscado, o foco está no alto índice de viralização do projeto.

Um empreendedor não investe em uma startup por impulso ou incerteza. Precisa passar por muitas fases de validação e ter uma base concreta de informações. E uma das vantagens é que normalmente, os seus colaboradores terão uma experiência muito enriquecedora. Exige mais conhecimento dos profissionais, sendo considerada um modelo muito flexível em questão de horários e atividades.

Logicamente, por conta do risco, não é possível ter tanta certeza sobre o sucesso do negócio. As empresas tradicionais se apoiam em análises de tendências, comportamento do público-alvo, planejamento, gerenciamento, entre outros fatores para ter sucesso, já a startup começa seu plano com uma visão mais limitada, justamente por não ter referências ou informações suficientes sobre a aceitação do público sobre o projeto.

Àqueles profissionais que pretendem ter uma carreira definida e longa, uma startup com certeza não é a melhor opção, pois ao cria-la, as chances de falência também são maiores, além de que a procura por funcionários que vão se interessar por encarar esse desafio também será maior. Essa análise inicial impacta naqueles que querem empreender, mas se acompanharmos alguns dados e informações veremos o quão promissor é esse novo ecossistema.

Imagem: Freepik

De acordo com o Jornal O Estadão – economia (10 de maio de 2020), e do Jornal Estado de Minas (23 de junho de 2020), de um lado temos mais de 13 milhões de desempregados e do outro sobram vagas no mercado digital. O Banco Mundial afirma que há mais de 200 mil vagas abertas neste segmento, sendo cinco mil apenas em startups. A estimativa é de que, até 2024, pelo menos metade dos 420 mil empregos que devem ser criados em TI podem não ser preenchidos.

No site RFI (2020), encontramos dados que apontam que a economia digital já representa mais de 20% do PIB brasileiro e as oportunidades no setor de startups são tão grandes quanto os desafios futuros. Fala-se de investimentos anuais de U$ 2,7 bilhões em 2019, que dobraram em relação a 2018, sendo um ecossistema quantitativamente muito representativo, representando 55% dos financiamentos na América Latina.

Sendo que dessas empresas digitais, 46% atuam nos setores de logística e distribuição, 25% em finanças e 7% em transportes, que surgem para preencher uma lacuna existente no mercado nacional. Estudos do Sebrae, em 2016, mostram que 30% dos universitários brasileiros possuem ou pretendem abrir seu próprio negócio.

As discussões sobre startups também têm crescido nos últimos anos, como demonstram dados sobre o volume de participantes da maior conferência do setor no Brasil, a Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo, que seguiu de 2 mil em 2014 para 10 mil em 2018.

Os empreendedores de startups, hoje, no Brasil, estão buscando muito mais qualificação que antigamente. Antes, eram profissionais sem muita opção no mercado, que haviam perdido o emprego e acabavam buscando um caminho no empreendedorismo, de acordo com a revista TecHoje.

O ecossistema de startups no Brasil está em franco desenvolvimento. Já temos nossos primeiros unicórnios (startup que alcança valor de mercado de mais de 1 bilhão de dólares) e a atenção de grandes empresários é latente no setor.

Há uns dez anos, era comum as pessoas buscarem fazer carreira em grandes empresas, entretanto, atualmente elas iniciam em startups.

Imagem: Pexels

Uma das razões do sucesso rápido e crescente desses empreendedores se dá ao fato de que até um tempo atrás quase ninguém sabia o que era uma startup unicórnio. O modelo construído para alavancar empresas que estão em busca de crescimento são chamadas de aceleradoras, e no Brasil, no relatório do IDB, são relacionadas 64, sendo 1 na região norte, 6 na região nordeste, 48 na região sudeste e 10 na região sul.

Nesse estudo também foram abordadas questões sobre a cultura, onde as startups têm estado em voga, principalmente na valorização do tema pela mídia especializada e geral. Alinhadas com as novas tecnologias e as tendências de um mundo mais conectado e com processos mais otimizados e rápidos, têm ganhado destaque como promotoras dos processos de transformação digital. Desse modo, já despertam, em especial na juventude, o interesse crescente pelo empreendedorismo na área.

No Brasil, são inúmeros os muitos problemas grandes que não são resolvidos e que criam um ambiente que favorece a criação de startups. Assim, a atuação desses profissionais contribuirá, de forma direta ou indireta, para planejar, executar, controlar e avaliar recursos, processos e atividades da organização, visando a redução dos custos, ampliação das receitas, aumento da produtividade, melhoria da qualidade e melhor aplicação dos resultados.

As startups surgem como uma ponte de ligação entre um mercado confuso e cheio de incertezas para outro no qual, as esperanças estão colocadas no surgimento de pequenas notáveis, empresas que venham a criar novas formas de negócios sustentáveis e que defendam o meio ambiente social, reconhecendo os empreendedores como um de seus principais valores.

Devemos, portanto, ficar atentos, pois, podem ser consideradas como o reflexo das inovações tecnológicas. Afinal, elas acompanham a tecnologia e desenvolvem soluções para as necessidades digitais do momento, além de atender as mais diversas áreas.

(*) – É coordenador do curso de Gestão de Startups e Empreendedorismo Digital do Centro Universitário Internacional Uninter.