O número de consumidores brasileiros com idade entre 18 e 95 anos que estão com contas em atraso e CPFs negativados chegou, em maio, a 59,25 milhões, o equivalente a 39,91% da população nessa faixa etária. Os dados, divulgados ontem (16), são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
De acordo com o indicador, no mês passado, 50 mil pessoas foram inscritas nos cadastros de restrição ao crédito. O aumento, no entanto, foi pequeno em relação ao que ocorreu no mês de abril, quando 500 mil brasileiros tiveram o CPF negativado.
Entre os adultos de 30 a 39 anos, a proporção de inscritos no cadastro de restrição a crédito ultrapassou a metade: 50,32% ou cerca de 17 milhões de consumidores. O cadastro impõe dificuldades para realizar compras a prazo, fazer empréstimos, financiamentos ou obter crédito.
“Ao longo dos últimos meses, o movimento da inadimplência tem sido influenciado pela contínua piora do cenário econômico, que corrói a renda das famílias, e pela maior restrição ao crédito. Por um lado, essa restrição limita o potencial de endividamento das pessoas, mas, por outro, a queda da renda impõe ao consumidor dificuldades para pagar dívidas e honrar seus compromissos financeiros”, disse o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
De acordo com a entidade que representa os lojistas, o resultado de maio pode ser visto como uma “estabilização” do número de negativados no país. “Mas ainda é cedo para afirmar que tenha havido reversão da tendência de crescimento da inadimplência que vimos no último ano”, disse Pinheiro.
Segundo a CNDL, os dados atualizados das variações de dívidas e devedores da Região Sudeste não foram considerados na pesquisa devido às dificuldades impostas pela chamada Lei do Aviso de Recebimento (AR), que obriga, no estado de São Paulo, os serviços de proteção de crédito, antes de negativar um CPF, a informar o inadimplente por escrito e comprovar o envio do aviso pelo sistema de AR.
Os números referentes à região usados no levantamento foram baseados em estimativas anteriores. “Porém, através de cálculos com base em estimativas anteriores, a Região Sudeste foi considerada na estimativa do número absoluto de inadimplentes (59,2 milhões). Sem essa lei, o número real de consumidores inadimplentes em âmbito nacional pode ser ainda maior do que o verificado pelo indicador”, destacou a CNDL (ABr).
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