O aumento em lançamentos e vendas no segmento imobiliário só mostrará resultados na atividade da construção no ano que vem. Foto: Tiago Queiroz/Estadão
O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) revisaram suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do setor em 2018. Anteriormente, havia a expectativa de um crescimento de até 0,5% para este ano. Agora, dois cenários se delineiam. Se o PIB nacional crescer 1,4%, o da construção deverá cair 0,6%. E se o PIB nacional evoluir apenas 1,1%, o da construção deverá registrar baixa de 1,0%.
“O cenário dos últimos meses, agravado pela incerteza eleitoral, contribuiu decisivamente para que não se resgatasse a confiança dos investidores, revertendo a expectativa de que a construção voltaria a crescer em 2018”, afirma o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, em nota distribuída à imprensa.
Entre os fatores que impactaram o cenário ao longo do ano estão o declínio nas expectativas dos empresários do setor; o impacto negativo sobre os investimentos devido à persistência do alto grau de incerteza com o quadro eleitoral; e o baque da greve dos caminhoneiros sobre a indústria de materiais, cuja produção não se recuperou totalmente. Além disso, o aumento em lançamentos e vendas no segmento imobiliário somente mostrará resultados na atividade da construção no ano que vem.
Segundo dados do IBGE, o número de pessoas empregadas na construção, de 6,5 milhões no primeiro semestre de 2019, caiu 3,3% em relação ao primeiro semestre de 2017. Segundo pesquisa do SindusCon-SP, o emprego segue caindo em todos os segmentos, exceto em Engenharia e Arquitetura, o que mostra demanda maior apenas por projetos. Assim, a previsão do desempenho do nível de emprego formal no setor para este ano continua apontando uma queda de 2,9% (AE).