As associações da indústria do aço da América Latina enviaram uma carta aos chefes de estado que estarão reunidos na XXV Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, em Cartagena, nos próximos dias 28 e 29, alertando para a crise enfrentada pelo setor e a cadeia de valor metal-mecânica.
As siderúrgicas destacam a preocupação com a concorrência desleal praticada pelas usinas chinesas e pedem que os governos da região não reconheçam o país asiático como economia de mercado em dezembro. Os siderurgistas mencionam a perda de postos de trabalho, fechamento de empresas e perdas financeiras do setor, que consideram ser originária do enfrentamento da competição com a China, que responde por 50% da produção mundial de aço.
O documento é resultado da reunião de players do setor na região como Ternium, Gerdau, CSN e ArcelorMittal nos últimos dois dias, no 57º Congresso da Associação Latinoamericana de Aço (Alacero), no Rio. A carta afirma que esta é uma realidade reconhecida a nível mundial, inclusive na Declaração de Líderes do G-20, que no início de setembro manifestou que os subsídios e a intervenção direta dos governos causam distorções no mercado, contribuindo para uma sobrecapacidade que causa efeitos negativos no comércio e para os trabalhadores.
A indústria siderúrgica latino-americana faz uma declaração aos chefes de Estado, afirmando que: a China não respeita as regras internacionais de comércio no setor do aço; suas práticas de comércio desleal foram penalizadas por mais de 280 medidas antidumping aplicadas por países membros da OMC; as estatais chinesas devem atuar sob critérios comerciais e de mercado equivalentes às empresas latinoamericanas; as siderúrgicas chinesas recebem múltiplos subsídios e apoios financeiros ilimitados.
Também afirmam que as exportações de produtos chineses com alto conteúdo de aço estão afetando a indústria metal-mecânica da região e que as empresas da cadeia não podem competir contra o governo chinês “porque a China não é uma economia de mercado” (AE).
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