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Saúde Mental: como criar estratégias nas empresas para o debate do tema

em Manchete Principal
domingo, 01 de maio de 2022

Danieli Closs (*)

Saúde mental nas empresas é um tema muito abordado, mas você sabe o motivo? A importância desse cuidado com os colaboradores vem sendo, cada vez mais, um diferencial das organizações que retêm talentos e promovem um ambiente de qualidade favorável à produtividade e resultados acima da média.

Dessa forma, o estigma que permeia o tema em nossa sociedade vem sendo desconstruído, mas ainda existe muito preconceito em relação aos cuidados com a saúde mental. Nosso corpo fala o tempo todo, nos avisando de como estamos, de como está nossa mente e o que precisa de atenção. Precisamos apenas aprender a ouvi-lo.

Durante a pandemia, metade dos jovens sentiu impactos na saúde mental, segundo pesquisa divulgada pelo laboratório Pfizer em setembro de 2021. Segundo o estudo, 39% das pessoas na faixa de idade entre 18 e 24 anos disseram que a saúde mental ficou ruim no período e 11% responderam que ficou muito ruim.

Esses dados mostram o quanto ter a mente sã é importante porque com ela debilitada não daremos conta dos compromissos diários, da agenda lotada, dos projetos e metas, ou seja, nosso rendimento no trabalho será afetado, por isso, a saúde mental nas empresas é uma estratégia a ser abordada constantemente.

Muitas questões pessoais influenciam em nosso estado mental, mas questões relacionadas ao trabalho como estresse, lideranças abusivas, preconceito e ambientes de pressão, podem contribuir para gerar diversos tipos de transtornos mentais. Com a ajuda da psicóloga Patrícia Lenine da Zero Barreiras, abaixo estão listados as principais doenças mentais que podem ocorrer no espaço de trabalho:

1 – Ansiedade – A diferença entre a ansiedade normal — que nos lembra de passar na padaria comprar o pão que acabou ou que nos apressa para chegar na hora da reunião — e a patológica, é justamente o transtorno que ela causa em nossas vidas. O transtorno de ansiedade é uma falta de momento presente, pois o pensamento fica mais no futuro e suas possibilidades.

2 – Síndrome do Pânico – A Síndrome do Pânico é um tipo de transtorno de ansiedade aguda no qual ocorrem crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que não haja motivo ou sinais de perigo. Pode ser desencadeada por situações de estresse extremo, morte ou adoecimento de uma pessoa próxima, mudanças radicais ocorridas na vida ou experiências traumáticas.

3 – Síndrome de Burnout – A Síndrome de Burnout é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico e a principal causa da doença é o excesso de trabalho, ritmo intenso e falta de intervalos e momentos de descanso. Mais comum em profissionais que atuam diariamente sob pressão e com grandes responsabilidades constantes, aparece em profissões desgastantes que demandam muita competitividade.

4 – Depressão – É uma doença psiquiátrica que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto e desesperança. Desaparece o interesse pelas atividades que antes davam satisfação e prazer e a pessoa não tem perspectiva de que algo possa ser feito para que seu quadro melhore. No trabalho ela pode aparecer como um “descaso” pelas entregas e compromissos e aquele funcionário excelente, parece não existir mais.

Dados coletados pela Organização Internacional do Trabalho e pela Organização Mundial da Saúde em outubro de 2021 mostram que 8% da carga global de doenças mentais são atribuídas a riscos ocupacionais. É importante o apoio e a inserção de políticas de saúde mental nas empresas e ações em direção ao bem-estar mental dos colaboradores.

Mas o que a minha empresa pode fazer para diminuir estes impactos? Proporcionar um ambiente de trabalho de qualidade, esta é a resposta. Isto vai além dos elementos necessários para as atividades e segurança física dos funcionários. Algumas ações que podem ser feitas para mudar este cenário são:

• Treinamentos com lideranças;
• Benefícios como práticas de yoga, meditação e outras atividades de descompressão;
• Políticas de apoio legal e emocional;
• Realizar eventos e disponibilizar um guia de saúde mental com dicas e informações;
• Estabelecer metas que estejam alinhadas à realidade e possibilidades das pessoas.

Lideranças humanas, compreensivas, times com bons relacionamentos, ambiente livre para ser você mesmo, com o respeito como principal valor entre as pessoas, são essenciais tanto para a saúde mental nas empresas quanto para a produtividade.

Uma pessoa que pode ser ela mesma, sem receio de ser julgada, por exemplo, não perde tempo ou energia tentando esconder suas características e pode focar em ser produtiva e entregar o que se espera.

(*) – Formada em Comunicação Social, com conhecimento em marketing digital e comunicação com empregados, é Analista de Marketing da Progic (https://progic.com.br/).