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Queda da Selic depende de confiança no alcance da meta de inflação em 2017

em Manchete Principal
terça-feira, 06 de setembro de 2016
O comitê condiciona a redução da Selic a alguns fatores. Um deles é que a persistência dos efeitos de alta dos preços de alimentos seja limitada.

O comitê condiciona a redução da Selic a alguns fatores. Um deles é que a persistência dos efeitos de alta dos preços de alimentos seja limitada.

A redução da taxa básica de juros, a Selic, dependerá de fatores que permitam maior confiança no alcance da meta de inflação, principalmente em 2017. A conclusão é do Copom, do Banco Central, ao divulgar a ata da última reunião do colegiado realizada nos dias 30 e 31 de agosto. A meta de inflação é de 4,5% este ano e em 2017. Essa meta tem, ainda, um limite máximo de 6,5% neste ano, e 6% em 2017.
Quando o Copom aumenta a Selic, a finalidade é conter a demanda aquecida e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém os juros, o comitê indica que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar os objetivos.
No documento, o comitê condiciona a redução da Selic a alguns fatores. Um deles é que a persistência dos efeitos de alta dos preços de alimentos seja limitada. O BC também espera que os componentes do IPCA, mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, indiquem desinflação “em velocidade adequada” e que ocorra redução da incerteza sobre a aprovação e implementação dos ajustes necessários na economia, incluindo as medidas de ajuste fiscal e seus impactos sobre a inflação. O comitê ressalta que avaliará a evolução da combinação desses fatores para tomar as decisões sobre a Selic.
As projeções do mercado e do BC para a inflação, neste ano, foram revisadas de aproximadamente 6,75% para em torno de 7,3%. “Não obstante essa elevação, o cenário básico do comitê continua a contemplar a desinflação na economia brasileira nos próximos anos”, diz o documento do Copom. Para 2017, a desinflação até a meta de 4,5% ocorre somente no cenário feito pelo BC. No cenário de mercado, a projeção está em torno de 5,1%. “Não obstante a desinflação neste cenário ocorrer em velocidade aquém da perseguida pelo comitê, esta projeção recuou 0,2 ponto percentual em relação ao valor projetado na reunião do Copom de julho”, acrescentou o comitê.
Os membros do comitê concordaram que houve melhora no cenário econômico do país e indicadores recentes mostram evidências um pouco mais claras da estabilização da economia. “Além disso, há sinais de possível retomada gradual da atividade econômica. Essa perspectiva é corroborada pela melhora de indicadores prospectivos da atividade econômica, de dados da produção industrial e de investimento”, destacou o comitê (ABr).