O presidente Michel Temer escolheu o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), para assumir uma turbinada Secretaria de Governo. O anúncio do tucano para a pasta, que será reformulada com o ganho de novas atribuições, deverá ocorrer até no máximo segunda-feira (12). Imbassahy vai substituir no cargo o também baiano Geddel Vieira Lima, que pedira demissão há duas semanas após ser acusado pelo ex-ministro da Cultura, Marcelo Calero, de ter pressionado para rever uma decisão que embargava um empreendimento imobiliário em que o ex-titular da Secretaria de Governo tinha cargo.
A ampliação do espaço do PSDB – que receberá o quarto ministério na Esplanada dos Ministérios – visa a aumentar o protagonismo do partido nas decisões de governo, inclusive com a busca de ações de reanimação para a economia brasileira. Em sua nova configuração, a pasta vai cuidar, além da articulação com a base aliada, da interlocução com os Estados, atualmente concentrada no Ministério da Fazenda. Esse desenho pode contemplar, conforme as negociações, debate por questões gerais como renegociação das dívidas, empréstimos de entes federados com o BNDES e assuntos referentes a royalties.
A nova secretaria também deverá assumir a relação direta com movimentos sociais, papel que no governo do PT era realizado pelo ex-ministro Gilberto Carvalho, na extinta Secretaria-Geral da Presidência. Nas conversas também ficou acertado que a estrutura do Ministério de Micro e Pequenas Empresas, que foi extinto, será inserida dentro da nova pasta. A primeira conversa do aumento da participação do PSDB ocorreu no dia da queda de Geddel, quando Temer almoçou com a cúpula do PSDB, inclusive o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Nos últimos dias, as conversas do governo com a cúpula tucana se intensificaram. Imbassahy esteve no Planalto e assistiu com Temer e dois governadores tucanos – Beto Richa (PR) e Marconi Perillo (GO) – ao julgamento do STF que manteve Renan na Presidência do Senado. O próprio Renan era um defensor público do aumento da participação do PSDB no governo. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), trabalhou ativamente para emplacá-lo no cargo. A avaliação da maioria da legenda é que o líder tucano – ex-prefeito de Salvador – é o primeiro passo para que o partido tenha assento no “núcleo duro” do governo (AE).
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