A jornada do empreendedor é feita de escolhas e uma das principais é o momento de alçar voo e levar sua ideia para outros países. Diferentes ecossistemas de inovação proporcionam maior alcance para sua solução e a chance de estar presente em culturas diversas, resolvendo problemas de pessoas vindas de contextos diferenciados.
“Compreender as peculiaridades de cada polo de inovação é imprescindível para ser bem sucedido em um processo de softlanding para sua empresa”, afirma Rafael Leal, Chefe da Divisão de Ciência, Tecnologia e Inovação (DCTEC) do Ministério das Relações Exteriores (MRE). A DCTEC é a responsável pela participação do MRE no Startup OutReach Brasil, programa de apoio à inserção de startups brasileiras nos mais promissores ecossistemas de inovação do mundo. Além disso, do Programa de Diplomacia da Inovação, iniciativa que promove a imagem do Brasil como nação inovadora e conecta empresas nacionais com elementos internacionais
Segundo o profissional, polos de inovação são regiões que apresentam estratégias públicas e privadas para fomentar e facilitar a conexão entre as empresas e negócios que possuem um propósito em comum: gerar inovação. “A infraestrutura também é um aspecto importante para propiciar o crescimento de empresas inovadoras de base tecnológica”, complementa.
Com isso em mente, confira alguns dos principais polos de inovação do mundo, por continente:
América do Norte
Estados Unidos
“Os Estados Unidos são o grande protagonista da inovação científica e tecnológica, possuindo o ecossistema de startups mais pujante do mundo”, diz Rafael. Essa relevância internacional, aliada aos laços duradouros do país com o Brasil e à presença de grande número de brasileiros em seu território, faz com que o ecossistema estadunidense seja altamente atrativo para o empreendedor.
Conhecido mundialmente, o Vale do Silício concentra o maior número de empresas tecnológicas do planeta. Ele ocupa o primeiro lugar de inovação em software, internet e redes sociais e faz dos Estados Unidos o responsável pela maior concentração de startups unicórnios do mundo. Com uma população jovem e uma cultura empreendedora vibrante, a região atrai inovadores e empreendedores do mundo todo, definindo o futuro da tecnologia no planeta.
“Ainda que o país seja o ecossistema de inovação natural para a internacionalização de startups brasileiras, existem outros destinos que podem trazer oportunidades, por vezes, mais vantajosas”, explica Rafael. Como fonte de dados sobre o tema, ele sugere a série de Mapeamentos de Ambientes Promotores de Inovação no Exterior, realizada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) por meio de sua rede de Setores de Ciência, Tecnologia e Inovação, embaixadas e consulados.
Europa
Segundo o profissional, o continente europeu, como um todo, tem focado seus esforços na transformação digital de indústrias tradicionais, como o setor financeiro. Além disso, a sustentabilidade é uma de suas prioridades.
Espanha
Uma das portas de entrada para empresas brasileiras na Europa, a Espanha é atualmente o segundo maior investidor estrangeiro no Brasil, atrás apenas dos Estados Unidos. “Fatores como a proximidade cultural e histórica com o Brasil, o grande mercado espanhol e a impressão positiva sobre o país aumentam a relevância da Espanha para atores brasileiros em busca da internacionalização”, afirma Rafael.
O país tem um ecossistema de inovação jovem, mas próspero e em constante crescimento. Madri e Barcelona figuram entre os 10 maiores ecossistemas de startups da Europa, além de contarem com importantes feiras de tecnologia, como o South Summit e a Smart City Barcelona.
Portugal
Embora tenha escala menor em comparação a países como Alemanha e França, o ecossistema português de inovação tem atraído investimentos externos e novos talentos. Nos últimos anos, Portugal tem se destacado como um importante centro de criação e desenvolvimento de startups, contando com mão de obra qualificada e de baixo custo.
Fatores como as afinidades linguísticas e culturais aumentam a atratividade do ecossistema português para empreendedores brasileiros que buscam se estabelecer no velho continente.
Ásia
Israel
O ecossistema de inovação israelense é um dos mais proeminentes do mundo, apresentando o maior número de startups per capita, o que lhe rendeu o título de “Startup Nation”. Sua dimensão e seu grande dinamismo fazem com que a inserção no país ofereça grandes oportunidades para o empreendedor brasileiro.
China
A China é o segundo país que mais investe em ciência e tecnologia em termos absolutos, estando em ascensão nos índices de inovação. Como segundo país mais populoso do mundo, possui um gigantesco mercado interno, abundância de mão de obra e considerável comunidade científica.
Xangai, que possui o maior PIB entre as cidades chinesas, é um importante polo de tecnologia, apresentando potencial de ultrapassar áreas como a região de São Francisco, EUA, em relevância internacional. O investimento massivo em pesquisa e desenvolvimento na cidade a coloca como uma das principais áreas para qualquer empreendedor.
Singapura
Apesar de seu pequeno tamanho, Singapura é o segundo país mais inovador da Ásia, segundo o Global Innovation Index. Ele conta com uma indústria significativa de alta tecnologia e com uma robusta comunidade de cientistas, engenheiros e tecnólogos. “Fatores como a adoção do inglês como idioma oficial, a ampla conectividade de rede 5G, procedimentos simplificados de abertura de empresas e um regime tributário favorável a startups tornam esse ecossistema atrativo para empreendedores de todo o mundo”, comenta Leal.
A relevância de Singapura fez com que o país fosse escolhido para a edição atual do Startup Outreach Brasil, na qual 15 empresas brasileiras foram selecionadas para imersão no ecossistema de inovação singapurense.