Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que serão disputados em agosto e setembro no Rio de Janeiro, deverão gerar receita em torno de R$ 2,7 bilhões para o setor turístico do estado, por meio dos gastos dos turistas brasileiros e estrangeiros. Conforme estudo divulgado ontem (18), no Rio, pela Confederação Nacional de Comércio (CNC), a entrada desses recursos significará aumento de 18,8%, em termos nominais, em comparação com igual período do ano passado.
“Isso em um momento em que o turismo e todas as atividades econômicas estão passando por queda de receita”, destacou o economista da CNC Fabio Bentes. Ele disse que, descontada a inflação, o aumento real de receita alcançará 10% durante os dois meses de Jogos. O estudo é baseado em previsões da CNC e do Ministério do Turismo. Os cálculos foram feitos com base na conta turismo que será gerada para o país, e o resultado indica que cada visitante estrangeiro vai deixar no estado do Rio de Janeiro, nos próximos dois meses, o equivalente a R$ 3.089.
Bentes lembrou que o valor é um pouco menor que o deixado por visitante internacional na Copa do Mundo, em 2014, que ficou em R$ 3.300. “A diferença é que, na Copa, o Brasil estava mais caro para o turista estrangeiro. O dólar equivalia a R$ 2,25 e hoje está em torno de R$ 3,30. Ou seja, precisa-se de menos dólares para cobrir gastos que normalmente ocorrem em grandes eventos”. De acordo com a CNC, o aumento da receita já era esperado por causa do fluxo de turistas que virão ao Rio. “Entre brasileiros e estrangeiros, estima-se 1,4 milhão de turistas circulando e consumindo na cidade”.
Bentes disse que o setor de alimentação deverá concentrar boa parte da receita, mas ressaltou que existem outras áreas importantes, como hotelaria, aluguel de veículos e passagens aéreas em que boa parte do gasto já ocorreu. Ele acrescentou que, durante os Jogos, algumas atividades serão mais beneficiadas, como a alimentação, em que o faturamento ocorre na hora do consumo, e os transportes, inclusive o público.
O estudo da CNC destaca ainda que as contratações temporárias não deverão ser muito expressivas no período dos Jogos. Os setores que deverão concentrar a maior parte dessas contratações temporárias é o de alimentação, que inclui restaurantes, bares e lanchonetes, e o de transporte rodoviário, equivalendo a mais de 40% da força de trabalho do setor de turismo. “São os grandes empregadores do setor de turismo e respondem por três quartos da força de trabalho do turismo fluminense”, afirmou Bentes (ABr).
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