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O que é necessário avaliar antes de efetuar a migração para a nuvem

em Manchete Principal
terça-feira, 19 de julho de 2022

Walter Ezequiel Troncoso (*)

No setor de Tecnologia da Informação (TI), a arquitetura de sistemas cloud (em nuvem) trouxe mais escala, flexibilidade e inovação. Ela continua sendo um importante fator de aceleração para a transformação digital, englobando desde inteligência artificial até analytics e IoT (Internet das Coisas), gerando novas possibilidades de negócio e flexibilizando a cadeia de valor.

De acordo com a 6ª Pesquisa Anual de Uso da Nuvem (Annual Cloud Survey) realizada pela Denodo com organizações de diversas regiões do mundo, a adoção da computação em nuvem continua em rápida ascensão, com mais da metade (54%) dos participantes declarando que estão em um nível intermediário ou avançado de uso do recurso.

Para uma jornada inteligente de migração nas empresas e organizações, é necessário evoluir a estrutura de forma constante, inclusive personalizando os processos da operação. Esta jornada visa desde a construção completa de infraestrutura, migração de aplicativos de negócios como software ERP até a governança da operação e automação de processos por meio do FinOps – um modelo operacional que combina sistemas e práticas a fim de proporcionar a percepção de algo bastante fundamental: os custos dos serviços em nuvem.

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Os sistemas de cloud têm várias camadas que oferecem personalização e flexibilidade, de modo que as necessidades organizacionais sejam atendidas. Afinal, que empresa não quer otimizar a operação e agilizar a transformação digital? Por meio de uma profunda avaliação das necessidades e recursos e da organização de cada camada envolvida, chega-se à otimização dos processos, redução de custos e garantia de um maior controle.

  • Riscos de não migrar – Existem organizações que ainda optam por um ambiente on premise, com servidores alocados internamente. Este é um ambiente que exige um bom espaço físico para dispor as tecnologias necessárias, e uma infraestrutura de TI atualizada para rodar os sistemas e manter os dados próprios.

Composta por equipamentos de hardware com garantia média de cinco anos, esses precisam ser constantemente renovados para não tornar o sistema obsoleto e vulnerável a ataques.

Além disso, ambientes on premise exigem climatização, nobreaks, disponibilidade de geradores de energia, implementação de licenças aos usuários, segurança física e segurança técnica contra incêndio e invasão por hacker, por exemplo, entre outras necessidades que tornam o departamento de TI dispendioso.

  • Riscos de uma migração mal feita – Para obter sucesso, inclusive em termos de controlar os custos com a TI, é necessário seguir os passos para uma migração “limpa”. Existe a LGPD, que prevê a obrigação legal para o tratamento de dados e multa em caso de vazamento de informações.

A nuvem se torna uma forte aliada para as empresas que que buscam por uma opção mais flexível, com redução de custos e um padrão com camadas de segurança além daquelas que uma infraestrutura interna é capaz de oferecer.
Apesar de existirem diversos motivos para efetuar a migração o quanto antes, há fatores que precisam ser considerados para uma migração bem-sucedida.

É preciso avaliar questões-chave como gerenciamento de custos, gerenciamento e otimização de nuvem, nuvem híbrida, possíveis erros na arquitetura (qual o melhor formato?), armazenamento, mapeamento dos servidores, segurança em nuvem e necessidade de suporte.

  • Descentralização do consumo de recursos – Para ser conduzida de forma estratégica, a migração para a nuvem, além da TI a empresa precisa contar com a participação das suas demais áreas na gestão dos dados armazenados e no compartilhamento dos custos.

Isso porque a área de TI é conhecida como uma área de alto custo para as empresas, principalmente por assumir os gastos de serviços e infraestrutura utilizados pelos demais setores. Realizar o tagueamento dos dados permite verificar os custos de cada área, evitando assim desperdícios de consumo e contribuindo para uma gestão eficiente dos dados.

Desta forma, além da empresa ter um ROI (retorno sobre o investimento) mais assertivo em cada área, a estratégia permite que os custos não fiquem todos com a TI, e ela passe a apresentar números de redução com a implementação da migração para a nuvem, entre outras soluções propostas pela área.

Em resumo, não deve haver falhas de planejamento e principalmente de alinhamento com todas as áreas do negócio antes de migrar para a nuvem, para que tudo seja feito de forma alinhada aos objetivos do negócio.

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  • Gerenciamento de riscos – É preciso lembrar que culturas empresariais reativas podem gerar milhões em perdas. Quando o assunto é cibersegurança, uma especial atenção à segurança em nuvem deve ser dada desde o início do projeto de migração. Neste quesito, alguns pontos fundamentais são gestão de acessos, compliance, criptografia, entre outros métodos importantes para garantir a segurança.

Para estar à frente de usuários mal-intencionados é preciso saber operar em caso de ataque, garantindo ações emergenciais que protejam e garantam a segurança dos dados. Vale destacar que o plano de migração para a nuvem deve estar diretamente relacionado a uma mudança de mentalidade dentro da empresa e treinamentos internos para que as mudanças sejam entendidas e viabilizadas.

Entre os benefícios que a migração bem feita pode proporcionar estão redução de custos; pagamentos conforme uso; transformação digital; ambiente para inovação; governança em tempo real; maior flexibilidade e maior segurança.

(*) – Engenheiro de sistemas de informação pela Universidad Tecnológica Nacional e Arquiteto em soluções SAP, é sócio-fundador da Inove Solutions, especializada em transformação digital e cibersegurança (www.inovesolutions.com).