O acordo Mercosul/UE deve adicionar à economia brasileira R$ 1 trilhão em exportações e importações nos próximos 15 anos. Foto: Isac Nóbrega/PR
Depois da União Europeia, o Mercosul pode fechar mais um acordo com países europeus até o fim do ano, disse ontem (24) o secretário de comércio exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz. O bloco sul-americano terá mais duas rodadas de negociação com EFTA, grupo que reúne Suíça, Islândia, Noruega e Liechtenstein, e o governo federal está otimista com a possibilidade de concluir as negociações.
“Assinaremos ainda este ano, com alto grau de certeza”, disse Lucas Ferraz, que participou da reunião da diretoria da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), no Rio de Janeiro. “É um acordo importante. Apesar de ser pequena, é uma região que é provavelmente o PIB per capita mais alto da Europa. Tem mais de uma vez e meia o PIB da Argentina, algo como 1,1 trilhão de dólares”.
Até o fim de 2021, o secretário aposta ainda na conclusão de acordos comerciais do Mercosul com Canadá, Coréia do Sul e Cingapura, e, até o fim do mandato, o objetivo é se aproximar de um acordo com duas das maiores economias do mundo. “Temos já um diálogo exploratório com Estados Unidos e Japão. É algo que está no nosso radar. Estamos muito otimistas de que se consiga até o final desse mandato concluir essas negociações”, afirmou Ferraz.
O secretário explicou que a forma como se dará a saída do Reino Unido da União Europeia pode fazer com que o Mercosul precise reiniciar as negociações com os britânicos, que têm até 31 de outubro para definir como se dará a separação, apelidada de Brexit. “O Reino Unido vai ter que renegociar todos os seus acordos, e, possivelmente, ele teria que renegociar o acordo com o Mercosul”, disse Ferraz. O acordo entre Mercosul e UE deve adicionar à economia brasileira R$ 1 trilhão em exportações e importações nos próximos 15 anos, além de um ganho de R$ 500 bilhões no PIB e de R$ 450 bilhões em investimentos (ABr).