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Máquinas: faturamento e consumo aparente devem crescer em 2017

em Manchete Principal
quinta-feira, 26 de janeiro de 2017
O setor lamentou que o câmbio esteja apreciado demais para quem exporta.

O setor lamentou que o câmbio esteja apreciado demais para quem exporta.

São Paulo – A indústria brasileira de máquinas e equipamentos espera crescimento de 5% no faturamento em 2017, depois de quatro anos seguidos de queda, mas ainda nutre um sentimento de incerteza para este ano, em razão dos riscos políticos associados às delações de executivos da Odebrecht e da possível cassação da chapa de Dilma Rousseff e Michel Temer no TSE.
“O maior risco é político”, disse o presidente da Abimaq, João Carlos Marchesan, após apresentar os resultados do setor em 2016, quando o faturamento caiu 24,3% em relação a 2015, a maior retração desde 1999, quando teve início a série da entidade. “Não sabemos como serão as delações da Odebrecht ou se haverá a cassação da chapa de Dilma e Temer”, destacou.
No aspecto econômico, Marchesan também demonstrou cautela. De um lado, lembrou que a inflação está sob controle e os juros, em queda. Mas do outro, lamentou que o câmbio esteja apreciado demais para quem exporta e que a ociosidade da indústria como um todo ainda seja de 40%, o que significa que, mesmo com a retomada da atividade econômica, não deve haver uma demanda forte por novas máquinas e equipamentos.
Apesar da expectativa de expansão para 2017, a Abimaq ainda não vê sinais de retomada, mesmo que o mês de dezembro tenha apresentado crescimento de 0,6% em relação a novembro no faturamento. “O entendimento é de que começou a parar de cair, mas não dá para dizer que haverá crescimento, talvez só no segundo semestre”, disse Marchesan. Ele acredita, de qualquer maneira, que “2017 será melhor que 2016”.
Em relação ao governo de Donald Trump, a Abimaq parece pouco preocupada com seus efeitos no Brasil, mesmo que os EUA sejam o terceiro principal destino das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, com 17,8% de participação no total. “O Brasil não está no radar dos EUA, porque os EUA são superavitários na relação comercial com o Brasil, e o foco de Trump será onde os EUA são deficitários”, afirmou Marchesan (AE).