Após atingir o menor nível de série histórica no primeiro trimestre deste ano (81,9 pontos), o Indicador de Intenção de Investimentos da Indústria subiu 0,6 ponto agora no segundo trimestre, comparativamente ao trimestre imediatamente anterior, indo a 82,5 pontos. Os dados do Indicador de Intenção de Investimentos fazem parte da pesquisa Sondagem de Investimentos e foram divulgados na sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (FGV). Eles medem a disseminação do ímpeto de investimento entre as empresas industriais, colaborando para antecipar tendências econômicas.
Na avaliação do superintendente adjunto para Ciclos Econômicos da FGV, Aloisio Campelo Jr., o resultado sugere que as taxas de intenção de investimentos já ultrapassam o seu pior momento. Para ele, ‘embora discreta’, esta primeira alta do indicador desde o terceiro trimestre de 2013, é ‘uma boa notícia’. “Assim como ocorre com os indicadores de confiança, o resultado sugere que as taxas de crescimento do investimento já passaram por seu pior momento e podem, gradualmente, se tornar menos negativas daqui por diante”, avaliou.
Para ele, no entanto, “há que se considerar o elevado grau de incerteza contido nas expectativas dos empresários atualmente, tanto na definição dos valores a serem investidos quanto nas avaliações de risco de que o programa atual não seja cumprido conforme originalmente planejado”. Na avaliação da FGV, quando o Indicador de Intenção de Investimentos fica abaixo de 100 pontos significa que há mais empresas prevendo diminuir que aumentar investimentos nos 12 meses seguintes. “No segundo trimestre de 2016, 16,2% das empresas estão prevendo investir mais nos 12 meses seguintes, e 33,7% tencionando investir menos. No trimestre anterior, esses percentuais haviam sido de 16,7% e 34,8%, respectivamente”, ressalta na publicação a entidade.
Nas avaliações da FGV contidas na publicação Sondagem de Investimentos, há a interpretação de que existe hoje, no setor industrial, mais empresas incertas (39,1%) que certas (31,8%) em relação à execução de seus programas de investimentos nos próximos 12 meses, um saldo de -7,3 pontos. O percentual de 31,8% de empresas certas quanto à possibilidade de investimentos foi o menor percentual sobre a execuções dos investimentos e, paralelamente, o maior de empresas incertas desde o início deste quesito, no 4º trimestre de 2014.
Para a FGV, o resultado decorre das incertezas em relação aos cenários econômicos e políticos do país, e lança dúvidas quanto à efetiva evolução dos investimentos planejados nos próximos meses. A edição do segundo trimestre de 2016 da Sondagem de Investimentos coletou informações de 784 empresas entre 4 de abril e 31 de maio (ABr).
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