Mesmo ficando praticamente estável em relação a junho, a indústria brasileira fechou julho com expansão de 0,1%, o quinto resultado positivo consecutivo neste tipo de comparação, acumulando – de março a julho – crescimento de 3,7%, na série livre de influências sazonais. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada na sexta-feira (2) pelo IBGE. Apesar dos indícios de reversão de tendência no comportamento do setor, a indústria ainda apresenta um quadro predominante negativo, fechando os primeiros sete meses do ano ainda com resultado negativo de menos 8,7%.
No acumulado dos últimos doze meses o quadro se repete: queda de 9,6%, comparativamente aos doze meses imediatamente anteriores – a maior queda desde os 10,3% de outubro de 2009. Em relação a julho do ano passado, o resultado indica em junho deste ano retração de 6,6%, neste caso a 29ª taxa negativa consecutiva neste tipo de comparação e mais intensa do que a observada no mês anterior, de -5,8%. Nesses confrontos, segundo o IBGE, houve predomínio de taxas negativas entre as grandes categorias econômicas e as atividades pesquisadas, com destaque para as perdas mais acentuadas vindas dos setores associados à produção de bens de consumo duráveis e de bens de capital.
A ligeira expansão de 0,1% na produção, de junho para julho, reflete o avanço em duas das quatro grandes categorias e em 11 dos 24 ramos de atividades analisados pelo IBGE. O item bens de consumo duráveis, ao avançar 3,3%, mostrou a expansão mais acentuada e marcou a terceira taxa positiva consecutiva, acumulando ganho de 11,7% nesse período. Também o segmento de bens intermediários fechou positivo ao crescer 1,6% de junho para julho e intensificando a expansão observada no mês anterior: 0,8%.
Em contrapartida, os setores que produzem bens de capital e bens de consumo duráveis registraram resultados negativos impedindo uma expansão mais consistente do parque fabril. No caso do setor de bens de capital, a queda foi mais expressiva: -2,7%; enquanto bens de consumo semi e não duráveis fecharam em queda de 1,9%. Do ponto de vista das atividades, o acréscimo de 0,1% da indústria reflete expansão em 11 dos 24 ramos pesquisados, com destaque para o avanço de 2% registrado por produtos alimentícios. O IBGE ressaltou, ainda, contribuições positivas das indústrias extrativas (1,6%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (5,8%), metalurgia (1,6%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,4%) e produtos de borracha e de material plástico (1,3%) (ABr).
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