O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem (8), na Câmara, que não existe muito espaço para mexer nas regras de transição propostas na reforma da Previdência e nem na questão da igualdade entre homens e mulheres. O ministro tem conversado com as bancadas dos partidos aliados ao governo sobre a reforma.
Meirelles explicou que mudar as regras de transição da reforma pode prejudicar as pessoas mais velhas em benefício das mais novas. A proposta oferece uma transição mais suave para homens com 50 anos ou mais e mulheres com 45 anos ou mais. Reduzir a idade dos homens para 40 anos, por exemplo, segundo Meirelles, poderá exigir mais tempo de quem tem mais de 50 anos para que a economia de recursos permaneça constante.
“Em qualquer transição existe aquela ideia de que um foi prejudicado porque é um pouco mais novo do que outro. Só tem uma maneira de todos estarem iguais: é não ter transição”, afirmou. Com isso, acrescentou, todos estariam sujeitos à regra nova de aposentadoria aos 65 anos. “Evidente que isso penaliza muito aqueles que estão muito próximos da aposentadoria”, concluiu.
Questionado sobre a diferenciação de idade de aposentadoria entre homens e mulheres, o ministro voltou a dizer que a compensação seria pior. Meirelles afirmou que, para compensar uma idade de 60 anos para a mulher, por exemplo, o homem teria que se aposentar aos 71 anos ou mais. E que a reforma não é uma opção, mas uma necessidade. Se as reformas não forem aprovadas, efetivando o equilíbrio das contas, só restará ao governo aumentar a dívida pública ou aumentar impostos.
Para o líder do PSD, deputado Marcos Montes (MG), os encontros são importantes para consolidar o apoio à reforma. Para ele é necessário buscar o possível para que se resolva o problema. “Também não adianta aprovar uma reforma onde os resultados não surtirão efeitos”. O deputado João Campos (GO), vice-líder do PRB, disse que a bancada preferiu ouvir o ministro a fazer perguntas. Mas contou que foi debatida a questão da mulher e dos trabalhadores rurais. Segundo ele, a sugestão foi no sentido de buscar alternativas para corrigir o déficit da Previdência. “Será que apenas a alternativa apresentada pelo governo é viável, é possível? Não existem alternativas?”, questionou (Ag.Câmara).
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