O ministro do Planejamento, Esteves Colnago, confirmou ontem (26) que o governo pretende liberar os saques do PIS/Pasep para os trabalhadores, independentemente de idade. O objetivo é dar uma injeção de estímulo à economia em torno de R$ 10 a R$ 15 bilhões. Pela proposta, poderão sacar os recursos os trabalhadores cadastrados no fundo até 4 de outubro de 1988 e que ainda não retiraram o saldo total de cotas nas contas individuais.
Após participar da 2ª Conferência do Banco de Desenvolvimento da América Latina, em Buenos Aires, Colnago disse que está em estudo a hipótese de abrir uma “janela temporal de um ou dois meses” para que os trabalhadores façam os saques dos recursos retidos. Porém, a medida ainda depende de aprovação no Congresso. O texto em tramitação no Congresso é relatado pelo senador Lasier Martins (PSD-RS) e aguarda votação.
Colnago sinalizou ainda que o governo examina a possibilidade de reajustar os salários dos servidores federais, em 2019. Segundo ele, o Executivo analisa “janelas” para ter “mais liberdade” sobre o que deve ser colocado em prática. De acordo com o ministro, no momento o que há é uma proposta para adiar concessões de reajustes e, não suspendê-los.
Questionado sobre a alta do dólar, Colnago admitiu que a continuidade do valor alto não contribui para a economia. Reiterou que a alta do dólar impacta diretamente na inflação, mas não demonstrou preocupação. O volume de reservas em torno de US$ 380 bilhões e a balança comercial em superávit de US$ 65 bilhões colaboram para um clima de equilíbrio, mesmo com a volatilidade da moeda norte-americana.
Segundo ministro, o governo trabalha com uma estimativa de 3% de crescimento para este ano, alinhada com o mercado. Colnago lembrou que a perspectiva de crescimento econômico está diretamente associada à utilização do que hoje é uma capacidade ociosa na indústria nacional, o que pode mudar a estrutura atual, e também considerar as possibilidades de reformas em curso, como a da Previdência. Para o ministro, o processo como um todo deve levar de três a quatro anos. De acordo com ele, em 2022, o Brasil deve “estar no mesmo patamar” de 2014 (ABr).
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