Brasília – Responsável por fazer levantamentos de previsão de votos desde a época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) previu ontem (2), que a reforma da Previdência será aprovada na comissão especial por 23 ou 24 votos. A proposta deve ser votada no colegiado hoje (3). O governo precisa de votos favoráveis apenas da maioria dos integrantes presentes no dia da votação. Para que a sessão da colegiado seja aberta e, assim, a votação possa ser realizada, contudo, pelo menos 19 dos 36 membros do colegiado devem registrar presença.
“Nosso levantamento aponta que temos entre 23 e 24 votos para aprovar na comissão. Isso dá uma demonstração para a sociedade que a base está unida para apreciar o texto do relator”, afirmou Mansur. Esse total de votos representa mais do que 3/5 dos membros da comissão, mesmo porcentual dos 513 deputados necessário para aprovar no plenário. Aprovada a reforma na comissão, Mansur disse que lideranças governistas devem fazer uma reunião amanhã (4), para traçar a estratégia para votação no plenário, quando a reforma tem de passar por duas votações e, para ser aprovada, precisa de pelo menos 308 votos favoráveis.
O parlamentar paulista admitiu que o governo ainda não tem esses 308 votos e que trabalha em busca deles. Para ele, o “limite” para que esse convencimento seja feito e a primeira votação da proposta possa ocorrer no plenário da Câmara é três semanas, ou seja, a partir da última semana do mês de maio. Mansur afirmou que o relator, deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), não deve fazer novas alterações em seu parecer. Ele reconheceu, porém, que dificilmente a proposta não passará por mudanças no plenário. “É muito difícil falar que não vai ter mudança no plenário”, disse.
Mansur afirmou ainda que as exonerações de aliados de deputados que votaram contra a reforma trabalhista é um processo “normal” em países democráticos do mundo. “O que está se fazendo é um realinhamento da base. Governo tem que fazer isso. Não dá para ter cargo no governo e votar contra o governo”, declarou. O governo decidiu fazer as exonerações, pois estava sendo pressionado por deputados que votam a favor das reformas e projetos impopulares. “Tinha muita gente reclamando que vota a favor, se desgasta, enquanto outros votam contra e dão risada, e o governo não tira os cargos”, disse (AE).
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