Ygor Pelicer*
Nos tempos de hoje, presenciando os acontecimentos dos últimos anos, prever e estar preparado para possibilidades se tornaram tão relevantes e vitais para a criar um mercado, quanto para sobreviver e tornar-se líder de um negócio já existente através de um diferencial de valor agregado.
A análise de tendências para o futuro de uma empresa, técnica conhecida como futurismo ou foresight, permite detectar mais facilmente os gargalos corporativos e as oportunidades de um modelo de negócio, seja identificando e ou cruzando os sinais de mudanças tanto sociais, quanto econômicas, políticas ou socioambientais que estejam no upstream e tenham grande propensão para serem adotadas massivamente. É importante considerarmos, também, as novas tecnologias que aparecem e podem mudar os negócios do dia para a noite, pois, assim, é possível traçar cenários e avaliar quais as melhores ações em cada caso específico.
O uso desse conceito para avaliar as características e as perspectivas do negócio é um diferencial importante no mercado, afinal, empresas que conseguem antever os problemas e traçar estratégias para contornar eventuais dificuldades se tornam mais competitivas e conquistam diferenciais significativos para liderança.
O futurismo estratégico entrega tendências, visões e levanta cenários de oportunidades e riscos baseados em estudos científicos, do micro ao macro, para que empresas, investidores e tomadores de decisões possam evitar riscos e aproveitar oportunidades, sejam elas conjunturais (com impacto de micro e médio prazo) ou estruturais (de longo prazo).
A capacidade corporativa de prever oportunidades e riscos é um item crucial para os negócios que desejam manter-se competitivos e relevantes, e apoia o crescimento, a credibilidade e o posicionamento de valor no mercado. A aplicação dessa técnica resulta em maior satisfação do consumidor, pois, aborda a melhoria em sua experiência no serviço proposto. Hoje, evidenciada por empresas de sucesso, é clara a importância de adotar estratégias que permitam antecipar as tendências e os desejos de clientes, oferecendo soluções adequadas quando a necessidade surgir. Contudo, transformar isso em algo concreto e estruturado nem sempre é fácil. Pois, como disse Chris Andersen: “Não vivemos numa era de mudanças… vivemos uma mudança de era”.
Empresas que não se aproveitam disso, não se colocam num posicionamento desejável para o público consumidor e para o investidor, não inovando, tendem a perder força no mercado. Devem posicionar-se à frente do seu próprio negócio e estarem aptas para dominar novos mercados e, se preciso, recriar seu negócio. É vital notar se a sua solução atual está ficando obsoleta e identificar novas oportunidades, implementando melhorias e a evolução de seus serviços.
Desde o futurismo estratégico até a formatação da solução, este processo está relacionado à jornada e à satisfação do cliente (interno ou externo). Ou seja, com essa abordagem a empresa tem mais potencial de se consolidar, conquistar novos mercados e agregar valor para os clientes. Pois, a marca, o produto ou o serviço estão guiados por uma melhoria contínua, direcionada às necessidades do público, conquistando clientes com serviços e produtos aderentes a suas necessidades e expectativas, com tecnologias que servem exatamente a este propósito.
Claro que após identificada a oportunidade, há o processo de desenho do produto ou serviço, definição dos detalhes de como ele será e como deverá ser desenvolvido. Para isso, há metodologias e processos técnicos como Design Sprint, Discovery, Lean Startup e Inception que agregam e permitem promover a otimização de processos e de rotinas do trabalho, serviço ou produto, eficiência e produtividade, redução de custos e riscos na sua concepção, auxiliando a aprovação dos projetos para uma entrega com baixo tempo de equipe e custo, uma visão de esforço para implementação, de time necessário, retorno ao negócio e premissas. Algo que já é feito para impulsionar cada vez mais os negócios de pequenos ou grades players de vários setores, como financeiro, varejo, insurance e indústria, em temas como wearables, metaverso, phygital e web 3.0.
Ou seja, não é uma fórmula mágica, mas a combinação de um direcionamento utilizando o futurismo estratégico com técnicas ágeis para desenvolver o modelo, a implementação e o serviço, que ampliam as chances de o produto gerar ótimos resultados.
*Ygor Pelicer, Head of Customer Insights & Experience Brazil do Group GFT.