Nova York – O Brasil deve retomar o crescimento de forma gradual em 2017, afirmaram os economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) ontem (29), após concluírem uma missão ao Brasil, em que se reuniram com o governo brasileiro, incluindo o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Para a retomada, alertam, o ajuste fiscal é essencial
A previsão do Fundo para o PIB do Brasil que consta no relatório desta quinta é de expansão de 0,5% em 2017, mesmo número estimado pelos economistas da instituição em julho. Para o FMI, há “sinais preliminares” de que a recessão no País está próxima do fim, mas a previsão de retomada em 2017 vai depender da aprovação no Congresso e implementação da proposta que limita o crescimento dos gastos públicos, da reforma da Previdência e que o governo atinja as metas fiscais neste ano e no próximo.
“Com essas melhorias no lado fiscal, e assumindo que a incerteza continue a diminuir, a projeção é que o investimento continue a se recuperar, apoiando um retorno gradual para o crescimento sequencial positivo a partir do final de 2016”, diz o relatório do FMI. Para todo o ano de 2016, a previsão do Fundo é que o PIB brasileiro encolha 3,3%.
Uma recuperação mais rápida da economia é impedida por alguns fatores, como o alto endividamento das famílias, excesso de passivos das empresas e alto desemprego.
Para o FMI, a forte recessão brasileira é explicada por uma série de motivos. Escândalo de corrupção na Petrobras, crise política, aumento de tarifas de energia elétrica e condições financeiras mais duras estão entre os principais, de acordo com o relatório. Além disso, as taxas de juros persistentemente altas contribuíram para a piora da dinâmica da dívida pública. “A formulação de políticas nos últimos anos não foi capaz de resolver problemas estruturais de longa data e provou ser contraproducente”, afirma o FMI logo no início do relatório.
O fim de uma era de alto crescimento, puxado pelo consumo doméstico e alta das commodities, expôs problemas na estrutura fiscal do Brasil, levando os indicadores, tanto do governo federal, como dos Estados, a atingir os piores níveis em mais de duas décadas (AE).
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