Muitos escritórios já retomaram as atividades presenciais, ainda que parcialmente. Uma pesquisa feita pela consultoria e corretora de seguros Aon, com mais de 800 empresas de todas as regiões do Brasil, revelou que, mesmo com o avanço da vacinação, 73,3% das empresas ainda mantêm algum regime de trabalho remoto.
No entanto, o retorno ao trabalho presencial, mesmo que parcial, tem trazido uma série de dificuldades para as empresas, que têm encontrado resistência por parte dos colaboradores. O estudo “Modelos de trabalho pós-pandemia”, conduzido pela PwC Brasil em parceria com o PageGroup, entrevistou quase mil profissionais de grandes empresas brasileiras e concluiu que 67% dos colaboradores preferem regime integral de home office ou modelo híbrido com uma ou duas idas ao escritório na semana.
Eles buscam também maior flexibilidade: 30% avaliam que o escritório do futuro deve se tornar mais informal e com regras mais flexíveis. Diante desse cenário, muitos empresários estão reinventando a forma de trabalhar, desde o ambiente do escritório até mesmo o dress code, a fim de estimular seus funcionários.
“Quem não se adaptar a essa nova realidade terá mais dificuldade de reter talentos, de trazer uma geração nova e de dialogar com seu cliente, que também está mudando”, afirma Denise Moraes, diretora de criação da AKMX Arquitetura e Engenharia.
Um exemplo de mudança é a ONE (Ocean Network Express), empresa de transporte marítimo com escritório na Avenida Paulista, em São Paulo, que até 2019, mantinha um perfil mais formal, exigindo terno e gravata de seus funcionários, que trabalhavam no modelo de baias individuais.
Agora, de olho no retorno dos funcionários e considerando a nova realidade, a empresa se renovou, alterando desde o seu dress code até sua estrutura física, incluindo benefícios antes impensáveis, como chopeira, por exemplo. O escritório ganhou espaços mais amplos, de modo que os colaboradores trabalhem de maneira coletiva e em total sinergia.
O local também conta com salas de reuniões totalmente equipadas para reuniões on-line, além de conceitos da biofilia e instalações de cabines telefônicas (phone booth), para reuniões individuais. “A AKMX conseguiu entender nossas necessidades e entregar o que precisávamos, fazendo um projeto personalizado, conforme a nossa realidade”, afirma Hermírio Inamura, gerente administrativo da ONE.
“Os espaços de colaboração são fundamentais, pois fazem com que as pessoas fiquem mais satisfeitas e, consequentemente, mais produtivas”, explica Denise. Poltronas ou sofás, com luzes mais aconchegantes, com o objetivo de serem utilizadas para reuniões on-line também são uma tendência. “Isso traz um diferente tipo de estímulo”, acrescenta.
Para a especialista, o trabalho híbrido, que vem sendo o mais comum entre as empresas, tem muitos pontos positivos. “Esse modelo combina os benefícios de ter uma estrutura física, que as pessoas trabalhem junto, e com isso ganha sinergia, agilidade e transparência, com o benefício de dar a liberdade de trabalhar algum tempo em casa também”, argumenta.
A saúde e o bem-estar dos funcionários também se tornaram prioridade na hora de elaborar um projeto. “É comprovado que o ambiente físico pode impactar nosso cérebro, que trabalha a partir de estímulos externos. Por isso, é importante pensar em espaços corporativos mais humanizados, que contribuam com o bem-estar dos colaboradores, com melhora na qualidade de vida, além de estimular uma melhor performance no trabalho”, explica Denise.
Para criar esses ambientes capazes de provocar reações positivas, é fundamental conhecer a rotina de cada área do escritório. “Fazemos uma série de perguntas para saber a cultura da empresa e, assim, conseguimos quantificar salas e qualificar os ambientes. Transformamos isso em algo visualmente agradável que, somado à convivência de equipe, traz muitos benefícios”.
Denise ressalta, contudo, que a mudança física não basta. É preciso modernizar também a cultura da empresa, como no caso da ONE. “Não adianta mexer no físico se a cultura, os métodos, os padrões, tudo que está além do físico não sofrer essa evolução. Estamos vendo uma mudança cultural das empresas”, afirma.
Ela lembra que as empresas estão mudando sua forma de gerenciar, se tornando cada vez mais democráticas, com a liderança mais próxima ao staff. “As empresas já não se importam mais tanto com a forma como o trabalho será desenvolvido, se em casa ou no escritório.
O que elas querem é o resultado. E essa mudança é o grande promotor das mudanças físicas, aliadas à tecnologia, que permite que isso aconteça”, conclui. – Fonte e outras informações: (https://www.akmx.com.br/).