São Paulo – A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Turismo e Hospitalidade (Contratuh) divulgou nota apoiando projeto que está sendo estudado pelo governo para voltar a legalizar jogos de azar. A entidade cita especialistas que preveem que o governo poderia arrecadar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões por ano.
“O jogo é uma possibilidade de arrecadação para o governo que não onera o trabalhador, capacita funcionários e atrai investimentos em infraestrutura e crescimento para regiões turísticas”, afirma Moacyr Roberto Tesch Auersvald, presidente da Contratuh, lembrando que com essa medida o governo poderia desistir da CPMF. A entidade aponta que, antes da proibição, somente as casas de bingo empregavam cerca de 320 mil trabalhadores diretos e indiretos.
No fim do mês passado, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, assumiu publicamente a defesa da legalização do jogo. Em um almoço com empresários em São Paulo promovido pelo Lide, o peemedebista defendeu que os cassinos voltem a funcionar no Brasil depois de quase 70 anos. “Não há sinalização do governo. Eu é que tomei a iniciativa. Dos 194 países que compõem a ONU, em 156 os jogos de azar são legalizados, tendo os cassinos como fonte principal. Do restante que não têm, 75% são países islâmicos”, comentou Alves na ocasião.
A proibição dos jogos de azar foi estabelecida por decreto em abril de 1946 pelo presidente Eurico Gaspar Dutra. Ontem (18), foi realizada a primeira audiência da Comissão Especial do Marco Regulatório dos Jogos no Brasil, criada para analisar mais de dez propostas sobre a legalização em tramitação na Câmara. O projeto mais antigo sobre o tema foi apresentado há quase 25 anos. A regularização também faz parte da Agenda Brasil, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros.
Segundo o site especializado Boletim Novidades Lotéricas (BNL), a legislação proibitiva não alterou o cenário de ilegalidade do jogo no Brasil, que movimenta anualmente em apostas clandestinas mais de R$ 18,9 bilhões. O principal é o jogo do bicho (R$ 12 bilhões), seguido de bingos (R$ 1,3 bilhão), caça-níqueis (R$ 3,6 bilhões) e apostas esportivas, i-Gaming e pôquer pela internet (R$ 2 bilhões). A estimativa é de que quase 20 milhões de brasileiros apostam no jogo do bicho todos os dias, em quase 350 mil pontos de venda (AE).
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