O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que o PMDB só manterá a aliança com o PT até o final do governo para cumprir o compromisso firmado nas urnas e manter a governabilidade do país. Segundo ele, não é “improvável” que a legenda saia a qualquer tempo do governo, mas esta não seria a postura “ideal”. “É uma forma de dizer para a sociedade que estamos lá para dar governabilidade porque assumimos este compromisso mas estamos doidos para cair fora”, afirmou.
Durante um balanço sobre o primeiro semestre a frente da Câmara, Cunha explicou que a legenda tem responsabilidade com o país e que a população não entenderia uma saída do PMDB neste momento, mas acrescentou: “Se tem um partido que não quero fazer aliança hoje é o PT”. Cunha afirmou que o PMDB nunca fez parte do governo e o fato de ocupar o comando de alguns ministérios “não significa nada”. Segundo ele, as pastas interessam apenas aos ministros mas não contempla ou inclui as posições do partido na tomada de decisões.
Cunha, reagiu à informação de que o delator da Operação Lava Jato, Júlio Camargo, disse à Justiça Federal que ele teria pedido US$ 5 milhões em propina por contrato. Cunha disse que Camargo foi obrigado a mentir pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Também disse achar “estranho” que, num período de aprofundamento de discussão de um eventual pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, queiram, nas suas palavras, “constranger o Poder Legislativo”.
“Acho isso um absurdo e não vou aceitar ser constrangido”, avisou. O peemedebista criticou o “estardalhaço” feito na Operação Politeia, “com helicóptero em prédio de senador”. O presidente da Câmara disse que não se deixará fragilizar pelo episódio. Sobre o depoimento de Camargo, Cunha reiterou que se trata de “ilação” e que sua fala não traz nenhum fato concreto.
“Esta delação que foi feita dele não existe. Ela é nula porque foi homologada por autoridade incompetente. Se eu faço parte da delação dele, não é o juiz que poderia homologá-la”, concluiu. Cunha terá um pronunciamento em cadeia de rádio e TV amanhã e não pretende alterar seu discurso. Ele explicou que o pronunciamento será sobre as atividades da Casa e não para sua defesa pessoal (AE).
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