O déficit previdenciário foi de R$ 182,45 bilhões em 2017. O rombo equivale a 2,8% do PIB, recorde registrado até o momento. Os cálculos divulgados ontem (22) pela Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda referem-se ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), que é gerido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O déficit previdenciário atingiu seu pior patamar desde 1995, quando começou a série histórica, superando o déficit de 2016, de R$ 149,73 bilhões.
O aumento de um ano para o outro foi de 21,8% no regime geral. O maior aumento proporcional do déficit se deu no setor urbano, com um aumento de 54,7% em relação a 2016, passando de R$ 46,344 bilhões para os atuais R$ 71,709 bilhões. Já o setor rural, apresentou um aumento no déficit de 7,1%, passando de R$ 103,390 bilhões para R$ 110,740 bilhões. Em 2017, a arrecadação líquida urbana foi de R$ 365,484 bilhões, apresentando um aumento de 4,4% em relação a 2016, quando o valor arrecadado foi R$ 350,217 bilhões.
“Os valores das despesas por si são superiores à arrecadação. A despesa cresce em ritmo mais alto que arrecadação, assim, o déficit cresce, em velocidade bastante expressiva, não somente em termos reais mas em proporção do PIB”, explicou o secretário de Previdência, Marcelo Caetano. A previsão do governo para o déficit da Previdência no regime geral para 2017 era de R$ 185,8 bilhões. Para 2018, a estimativa para o INSS é de um rombo de R$ 192,8 bilhões, sendo possível que ainda haja revisão da estimativa.
O regime próprio de Previdência Social, que é o dos servidores públicos e militares, também fechou 2017 em déficit, de R$ 86,349 bilhões, um aumento de 11,9% em relação a 2016, que fechou com um déficit de R$ 77,151 bilhões.
Considerando os dois regimes, o próprio e o geral, a Previdência acumulou um déficit em 2017 de R$ 268,799 bilhões. Na análise do secretário de Previdência, os números evidenciam a necessidade da reforma da Previdência: “É essencial, a gente observa os números crescerem na ordem de dezenas de bilhões de reais por ano”. Aprovada, ainda este ano, segundo o secretário, a reforma poderá conferir uma redução do déficit do INSS em 2018 de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões (ABr).
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