Embora o número de passageiros no transporte aéreo tenha crescido 210,8% entre 2000 e 2014; enquanto o preço médio das passagens caiu 43,1%, a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) aponta que o alto custo do combustível de aviação e problemas de infraestrutura nos aeroportos ainda restringem uma expansão maior do setor e podem até prejudicar os resultados já alcançados.
O estudo Transporte e Economia – Transporte Aéreo de Passageiros, realizado pela CNT em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), mostra que o que mais pesa nos preços das passagens no País é o valor da querosene de aviação. O insumo é responsável por 37,3% dos custos das empresas aéreas e, segundo as entidades, custa mais caro no Brasil do que em outros países.
O ICMS cobrado sobre o combustível chega a 25% em alguns Estados, enquanto a CNT defende uma alíquota máxima de 12%. “Isso teria um impacto importante de custos para as empresas aéreas e possibilitaria a redução dos preços dos bilhetes no Brasil”, destacou o diretor executivo da CNT, Bruno Batista. Já os gastos com arrendamento, manutenção e seguro das aeronaves equivalem em média a 17% dos custos do setor, à frente das despesas com tripulação (9,6%) e com as tarifas aeroportuárias e de navegação (5,9%).
Apesar disso, a entidade considera que ainda há muito potencial de crescimento no mercado brasileiro de aviação de passageiros. O número de viagens por habitante no Brasil foi de 0,50 em 2014, enquanto essa proporção é de 1,23 no Canadá, 2,10 nos Estados Unidos e de 2,44 na Austrália. “Sob as condições ideais, há bastante espaço para o crescimento do setor nos próximos anos”, completou Batista.
Para o diretor executivo da CNT, embora a satisfação dos usuários dos maiores aeroportos do País tenha aumentando nos últimos anos, o País ainda ocupa a 95ª posição no ranking de competitividade do setor elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. “”Por isso ainda existem terminais defasados no País, como Florianópolis, Goiânia e Aracaju”, acrescentou. Para a CNT, seriam necessários R$ 24,9 bilhões em investimentos em infraestrutura para equilibrar o setor.
As entidades também acreditam que os subsídios à aviação regional serão insuficientes para a criação de novas rotas, já que mais da metade dos recursos disponíveis serão destinados a rotas já operadas (AE).
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