Alessandro Dall Orto (*)
Automação de sell-out e dados rápidos oferecem respostas para um dos maiores desafios industriais: alinhar produção e demanda com eficiência.
Rupturas de estoque são uma dor antiga das indústrias, mas suas consequências continuam surpreendendo.
Estima-se que, no Brasil, as indústrias percam cifras superiores a R$ 100 bilhões anualmente devido à falta de produtos disponíveis no varejo no momento de maior demanda. O impacto vai além dos prejuízos financeiros, afetando diretamente a percepção do consumidor e a relação com parceiros estratégicos.
Esse problema é particularmente visível em setores como bens de consumo e farmacêutico, onde o descompasso entre produção e consumo não só afeta receitas, mas também a saúde e o bem-estar da população. Por que ainda é tão difícil resolver esse gargalo?
. O longo caminho entre dados e decisões – Grande parte do problema está na dificuldade de acesso a informações rápidas e precisas sobre o desempenho de vendas. Hoje, muitas indústrias ainda dependem de relatórios gerados por distribuidores, que frequentemente chegam com atrasos superiores a 60 dias. Esse intervalo impede que ajustes de estoque sejam realizados no momento certo, aumentando as chances de rupturas ou excessos.
Por outro lado, soluções tecnológicas têm mudado essa dinâmica. Ferramentas que utilizam dados das notas fiscais eletrônicas permitem que empresas obtenham informações detalhadas e confiáveis em até 90 minutos. Isso representa uma redução drástica em relação aos processos tradicionais e abre caminho para uma gestão mais ágil.
. O impacto econômico das rupturas – As rupturas não afetam apenas as receitas imediatas. Elas podem comprometer a eficiência operacional de toda a cadeia de suprimentos, gerando custos com transportes emergenciais e deteriorando o relacionamento com varejistas. Na Black Friday de 2022, por exemplo, algumas grandes indústrias de bens de consumo reportaram quedas de até 15% nas vendas projetadas por conta de falhas no abastecimento.
Além disso, no setor farmacêutico, a indisponibilidade de medicamentos essenciais durante crises sanitárias revelou como a falta de integração nos processos pode colocar vidas em risco, além de gerar perdas financeiras significativas.
. Automação de sell-out: resolvendo gargalos históricos – O conceito de automação de sell-out surge como uma solução para superar esses desafios. Ele permite que empresas coletem e processem informações diretamente das notas fiscais emitidas, eliminando a dependência de relatórios demorados. Com isso, gestores têm acesso mais rápido a dados sobre quais produtos estão em alta ou baixa em cada ponto de venda, possibilitando ajustes de estoque no ritmo da demanda.
A diferença entre o modelo tradicional e o automatizado é clara: enquanto processos manuais podem levar meses para disponibilizar informações acionáveis, soluções modernas reduzem esse intervalo para menos de duas horas. Essa agilidade não apenas evita rupturas, mas também melhora a experiência do consumidor e otimiza os custos operacionais.
. Transformando o mercado com análises rápidas – O uso de dados rápidos já está mudando a maneira como setores estratégicos operam. No segmento de alimentos e bebidas, por exemplo, grandes empresas têm implementado sistemas que permitem acompanhar a saída de produtos diretamente nos pontos de venda, ajustando envios conforme necessário.
Esse modelo tem resultado em reduções significativas nos custos com transporte e armazenamento. Já há no mercado soluções como a criada pela Sellout Tecnologia que desenvolveu uma solução que coleta informações diretamente das notas fiscais eletrônicas, disponibilizando análises em até 90 minutos após a emissão.
Essa rapidez contrasta fortemente com os prazos convencionais, que superam os dois meses. Com essa ferramenta, a empresa ajuda indústrias e distribuidores a tomarem decisões mais acertadas e em tempo hábil.
. Um futuro mais alinhado e eficiente – O grande desafio das indústrias não é apenas evitar as rupturas, mas também criar um sistema que permita decisões estratégicas antes que os problemas ocorram. Tecnologias que combinam coleta de dados eficiente e análises rápidas têm o potencial de transformar as cadeias de suprimentos, tornando-as mais resilientes e preparadas para as demandas de um mercado em constante evolução.
A experiência brasileira mostra que há um longo caminho a percorrer, mas também deixa claro que as ferramentas já estão disponíveis. Empresas que abraçam essa transformação agora não apenas resolvem problemas pontuais, mas se posicionam como líderes em um mercado cada vez mais competitivo.
(*) – É fundador e CEO da Sellout Tecnologia (https://sellouttecnologia.com.br/).