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Comércio: estoques acima do esperado e menor intenção de investimentos_03

em Manchete Principal
segunda-feira, 30 de janeiro de 2017
A proporção de comerciantes com estoques acima do adequado vem diminuindo em razão do ajuste que vem acontecendo.

A proporção de comerciantes com estoques acima do adequado vem diminuindo em razão do ajuste que vem acontecendo.

Pesquisa divulgada ontem (30) pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), feita com seis mil empresas de todas as regiões do país, revela que 29,5% dos lojistas estão com estoques acima do adequado. Os estoques abaixo da programação adequada de vendas foram relatados por 14,7% dos comerciantes, o que significa que venderam além do que esperavam. Já para 55,1%, os estoques em janeiro estavam adequados, ou seja, venderam aquilo que estava programando. O restante (0,7%) disse não saber como estão os estoques ou não respondeu.
A economista da CNC Izis Ferreira destacou que os 29,5% representam quase um terço da amostra. “É uma parcela significativa, uma vez que a gente já teve, por exemplo, cerca de 18% só de comerciantes reportando estoques acima do adequado”. Ela observou, porém, que essa parcela vem se reduzindo ao longo da série. Em abril de 2016, o volume de comerciantes que reportavam estar com estoques acima do adequado alcançou 34%, maior índice da série histórica iniciada em 2011.
Segundo a economista, isso significa que, com a previsão de vendas menores, a proporção de comerciantes com estoques acima do adequado vem diminuindo em razão do ajuste que vem acontecendo. “As menores vendas fazem com que o comerciante invista menos em estoques e coloque uma lupa na rotatividade dos produtos nas prateleiras para fazer esse ajuste”.
Os varejistas de semiduráveis (25% da amostra), que englobam lojas de tecidos, vestuário, acessórios e calçados, relataram que os estoques estão acima do adequado em janeiro, em relação ao mesmo mês de 2016. O índice de estoques para semiduráveis caiu 7%. Para os demais grupos – bens duráveis (lojas de eletroeletrônicos, móveis e decorações, entre outros) e não duráveis (alimentação, bebidas, farmácias, cosméticos e perfumaria) – a indicação é de que os estoques estão mais ajustados às vendas no primeiro mês do ano, comparativamente ao início do ano passado.
Para Izis Fereira, os comerciantes desses dois grupos conseguiram vender de forma um pouco melhor no Natal em relação a janeiro de 2016. O índice de estoques para esses dois grupos subiu 1,1% e 0,9%, respectivamente (ABr).