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Collor recebeu de Lula ‘ascendência’ sobre a BR Distribuidora

em Manchete Principal
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Para Janot, Collor obteve do então presidente Lula “ascendência” sobre a BR.

São Paulo – Em denúncia contra o deputado Vander Loubet (PT-MS), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que em 2009 o senador Fernando Collor (PTB-AL) obteve do então presidente Lula “ascendência” sobre a BR Distribuidora. Segundo Janot, naquele ano, parte da subsidiária da Petrobras “foi entregue” a Collor. Loubet é acusado de ter recebido R$ 1 milhão em propina no âmbito da BR Distribuidora.
A influência de Collor na BR Distribuidora foi levantada também pelo ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, ao declarar à PGR que Collor lhe disse, em setembro de 2013, que a presidente Dilma Rousseff havia garantido ao parlamentar que “estavam à disposição” dele, Collor, a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora.
As declarações de Janot estão em um trecho da denúncia intitulado “Diretorias da Petrobras Distribuidora S/A de indicação de Fernando Affonso Collor de Mello”. O procurador afirmou que “o grande agente” do senador era Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-ministro do governo Collor. “Em nome de Collor, Pedro Paulo realizou os principais contatos na sociedade de economia mista, operacionalizou negócios em favor de empresas privadas, cobrou vantagens indevidas e adotou estratégias de intermediação e ocultação da origem e do destino da propina relacionada a tais contratos”, apontou Janot.
Na denúncia, o procurador-geral cita duas delações premiadas da Operação Lava Jato. A do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que citou Fernando Collor. “Ouvia dizer que ele tinha muita influência política na BR Distribuidora”. O dono da UTC Engenharia, Ricardo Pessoa, afirmou em sua delação que Collor e Pedro Paulo “detinham a indicação política e o consequente controle de duas diretorias da BR Distribuidora”.
Procurado, o Instituto Lula informou que não vai comentar. Já Rogério Marcolini, advogado de Fernando Collor, disse que o senador não é acusado na referida denúncia, não é parte no mencionado processo, e, portanto, não comentará as conjecturas e especulações do Dr. Rodrigo Janot. A assessoria de imprensa de Pedro Paulo Leoni Ramos informou que não vai se manifestar por não ter tido acesso ao teor da denúncia (AE).