O mês das mulheres, marcado pelo Dia Internacional da Mulher, comemorado no último dia 8, é uma grande oportunidade de levantar discussões em prol da equidade de gênero e a valorização da mulher no mercado de trabalho.
Para colaborar com o tema, reunimos depoimentos de executivas em cargos de liderança de empresas de diversos setores, como Johnson & Johnson, Cogna Educação, Lilly Farmacêutica, Ford e Stages, que contam como têm sido apoiadas na sua jornada profissional e como contribuem para um ambiente corporativo ainda mais diverso e, acima de tudo, inclusivo e empoderador para todos.
A disparidade entre homens e mulheres em cargos de liderança segue sendo realidade no país. Segundo o relatório da Women in the Workplace 2022 da McKinsey & Company, apenas 1 em cada 4 cargos de liderança eram ocupados por mulheres. Quando fazemos o recorte por raça, o quadro é ainda mais impactante: 1 em cada 20 C-Levels são mulheres negras.
Na contramão das estatísticas, existem empresas que reconhecem suas profissionais até mesmo durante ou logo após a licença maternidade, um dos momentos mais intensos, mas também de maior insegurança na carreira das mulheres. Ainda são poucos os casos, mas que merecem destaque como referência para o mercado.
A Lilly Farmacêutica, organização global líder na área da saúde, é uma dessas empresas. A presidente para a América Latina, Karla Alcazar, foi promovida após voltar de licença maternidade. O mesmo ocorreu com Helena Pécora, CFO Latam, e Janaina Thomal, Gerente de Farmacovigilância, que galgou uma posição global no fim da gestação.
A questão que envolve o domínio, ao mesmo tempo, da carreira e da maternidade é uma realidade enfrentada por muitas mulheres que precisam conciliar estudos e trabalho enquanto passam por mudanças físicas e emocionais durante a gravidez e o pós-parto. Na Cogna, uma das maiores empresas de educação do mundo, a experiência da Flávia Bravin, Sócia e Diretora Sênior da Saber, mostra que é possível encontrar o equilíbrio, mas isso requer uma dedicação constante, além de habilidades para gerenciar múltiplas responsabilidades simultaneamente.
No caso dela, a busca incessante é por dar visibilidade para autoras e suas obras no mercado editorial, contribuindo para ampliar a diversidade e a riqueza da produção literária e cultural no Brasil. Na opinião de Heloisa Glad, Managing Director e vice-presidente comercial da Johnson & Johnson Consumer Health, conseguir o tão sonhado equilíbrio entre vida profissional e pessoal é talvez uma das tarefas mais desafiadoras para as mulheres.
“Com três filhos e estando à frente das operações de uma multinacional no Brasil, me fazer presente em ambos os ambientes requer muita disciplina e atenção para que um dos lados não acabe impactando negativamente o outro”, diz. Ao longo de sua trajetória, Heloisa conta que foi aprendendo a estabelecer uma rotina que garanta que tenha um tempo de interação com minha família, realizando atividades em conjunto, conversando e, principalmente, ouvindo.
Ela conta que, desde 2014 no Brasil, a Johnson & Johnson conta com o grupo Women Leadership & Inclusion (WLI) — que celebra a diversidade de gênero com foco em mulheres, com o objetivo de oferecer as ferramentas e recursos para facilitar uma cultura que permite à mulher se conectar e se engajar na organização, desenvolvendo habilidades para que ela possa alcançar seus potenciais profissionais e pessoais.
De acordo com uma pesquisa da Nielsen em parceria com Opinion Box, as mulheres lideram a Creator Economy com mais influenciadoras e criadoras de conteúdo do que homens. E para liderar essa jornada dentro da Stages, serviço para criadores de conteúdo lançarem sua própria loja online de vídeos e ganharem dinheiro com seu público, está Bianca Maksud, Diretora de Marketing, que vem equilibrando o desafio de divulgar a empresa recém-lançada para diferentes audiências e cr, com as responsabilidades maternas com suas duas filhas.
No setor automotivo, uma área predominantemente masculina, a Ford tem a diversidade, equidade e inclusão como pilares e, para reforçar esse compromisso, em 2021, a empresa tornou-se signatária dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, iniciativa criada pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global das Nações Unidas para promover o empoderamento das mulheres nos locais de trabalho e na comunidade.
Contudo, a atuação da Ford no protagonismo feminino vem de longa data. Há alguns anos, a companhia instituiu o Women Of Ford: grupo de afinidade que, por meio de encontros regulares, oferece a troca de experiência e promove mentoria para a ascensão profissional das mulheres. Dessa forma, um dos objetivos estabelecidos é o de ter pelo menos uma mulher em desenvolvimento ou qualificada para sucessão em cada posição de liderança na empresa.
Dentro dessa cultura transformadora, há histórias que se destacam pela inspiração. É o caso da Marinna Silva, formada em engenharia elétrica, e que começou como estagiária na Ford, sendo a primeira mulher no departamento de calibração de motores.
“Para mim, foi muito importante ter sido a primeira mulher na minha área e trazer consciência de que aquele setor também era, sim, um lugar de mulheres. Tenho muito orgulho da Ford ter uma visão clara voltada à diversidade”, ressalta Marinna. Há 21 anos na empresa, Marinna hoje é gerente do Centro de Desenvolvimento e Tecnologia da Ford em Tatuí, tendo recebido uma de suas promoções durante a maternidade, evidenciando o compromisso da empresa na efetivação de um ambiente de negócios mais inclusivo.
Mesmo com os avanços na sociedade, ainda é comum que a responsabilidade pelos cuidados com os filhos recaia majoritariamente sobre as mulheres que, muitas vezes, não possuem uma rede de apoio adequada. Por isso, a valorização da liderança feminina é um caminho que precisa ser sustentado pelas empresas.
Há muito mais a ser feito, mas essas são algumas das histórias que mostram que é possível conciliar carreira e maternidade e como as empresas podem priorizar o tema internamente em prol da equidade. – Fonte: Agência Ideal HK (https://www.idealhks.com/pt-br/).
