O principal componente que influenciou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2019 foi a carne, com impacto 0,86% no índice, que representou, também, o maior efeito individual no ano. No acumulado do ano, a alta ficou em 32,40%, sendo que a maior parte, 27,61%, se concentrou no último bimestre de 2019, o que foi o suficiente para que o IPCA fechasse o ano passado em 4,31%, a maior taxa desde 2016, e superior ao centro da meta de inflação de 4,25%.
Como a carne têm um peso grande no indicador, a influência é maior no índice. Somente em dezembro, os preços tiveram alta de 18,06%, que acabam refletindo em outros componentes do IPCA. “ A carne tem um efeito grande na parte de alimentação fora do domicílio, porque gera uma inflação de custos para bares e restaurantes, assim como, tem efeito também em outras proteínas e alimentos, como no caso dos pescados e frangos”,explicou o gerente do Sistema Nacional de Índices de Preços do IBGE, Pedro Kislanov da Costa.
O feijão carioca acumulou elevação de 105% no primeiro trimestre. No fim do ano, os preços voltaram a subir e fecharam o ano com elevação de 55,99%. No grupo de transportes, que fechou com alta de 3,57%, os maiores efeitos foram com os ônibus urbanos (6,64%) e a gasolina (4,03%). No grupo habitação, o maior impacto foi o preço da energia elétrica, que acumulou alta de 5% em 2019, apesar de ter recuado em quatro meses do ano.
Os planos de saúde, com alta de 8,24%, foram um destaque no grupo Saúde e Cuidados Pessoais, que subiu 5,41%. De acordo com Pedro Kislanov, o único grupo a apresentar deflação foi o de artigos de residência, com recuo de 0,36%, causado pelas quedas dos preços de TV, som e informática de 4,41% e de mobiliário, de 1,21% (ABr).