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Brasil tem instrumentos necessários para superar problemas na economia

em Manchete Principal
terça-feira, 29 de setembro de 2015

Ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

O ministro do Planejamento Nelson Barbosa disse que o país tem os instrumentos necessários para atravessar a crise, e que a resolução dos problemas depende de consenso em torno das medidas necessárias. “Cabe a nós decidir como vamos resolver e em que velocidade”, disse em audiên­cia na Comissão Mista de Orçamento, na Câmara. Para ele, há convergência de opiniões quanto à necessidade de recuperação da capacidade do Brasil de fazer superávit primário, mas divergência sobre em que velocidade fazê-lo. Ele admitiu que o momento envolve escolhas difíceis. “[Mas] não vamos de deixar de fazer o que é necessário, porque é difícil. Isso vai dar fruto”, disse a deputados e senadores.
“À medida que a inflação cair, a taxa de juros vai voltar a cair. Você pode ter as bases para novo ciclo de expansão do consumo das famílias”, afirmou Barbosa. Desde outubro do ano passado, o Comitê de Política Monetária do Banco Central retomou o ciclo de altas da Selic, taxa básica de juros da economia, que influencia as demais. Atualmente, a taxa básica está em 14,25% ao ano. Na reunião mais recente, no início desse mês, o governo manteve o patamar após sete altas consecutivas.
Nelson Barbosa detalhou aos parlamentares a proposta orçamentária e o Plano Plurianual para o período de 2015 a 2019. O governo negocia com o Congresso a aprovação de um pacote de medidas para corte de gastos e aumento de receitas. O objetivo é cobrir déficit de R$ 30,5 bilhões previsto para o Orçamento do ano que vem e garantir superávit primário de 0,7% do PIB. Entre as medidas pretendidas pelo governo estão a volta da CPMF, aumento da alíquota do IRPF sobre ganho de capital nas operações acima de R$ 1 milhão, congelamento do reajuste do funcionalismo público até agosto do ano que vem e suspensão de novos concursos públicos.
O ministro ressaltou que o dólar valorizado tem efeito positivo sobre alguns aspectos, como o aumento do saldo comercial e a redução do déficit em conta corrente. “Devemos ter déficit em conta corrente menor do que o esperado este ano”, afirmou. Além disso, ele destacou que a depreciação do real torna investimentos no Brasil mais atraentes para os investidores externos. “A recuperação será puxada pelo investimento, seguida por recuperação do consumo”, completou (ABr).