Brasil e Argentina pretendem expandir as relações comerciais com União Europeia, Japão, China, México e Estados Unidos. No encontro entre os presidentes dos dois países, Michel Temer e Maurício Macri destacaram também o interesse em avançar nas negociações com a Aliança do Pacífico. A ideia é aproveitar uma reunião de chanceleres prevista para março, ainda sem local definido, para aproximar o Mercosul da Aliança do Pacífico, uma iniciativa de integração regional idealizada por Chile, Colômbia, México e Peru.
Macri disse ter uma expectativa de que as parcerias resultem em um impulso histórico ao Mercosul e em um melhor posicionamento de Brasil e Argentina, não apenas no âmbito latino-americano. O Mercosul será presidido no primeiro semestre deste ano pela Argentina e no segundo semestre pelo Brasil. Neste período, o objetivo dos dois países é integrar mais o bloco e ampliar as relações diplomáticas com outras regiões do mundo.
“É tempo de ampliar o comércio, ampliar os investimentos, ampliar oportunidades para argentinos e brasileiros, já que a esta altura, não há tabus na relação Brasil – Argentina”, declarou Temer ao destacar que a parceria ganha importância diante do contexto de incertezas, do cenário internacional. “No momento em que ganham forças tendências de desunião, isolamento e protecionismo, Argentina e Brasil respondem com mais aproximação, mais diálogo, mais comércio”, afirmou Temer, que entregou a Macri o colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, a mais alta condecoração brasileira conferida a chefe de Estado estrangeiro.
Esta é a primeira visita oficial de Mauricio Macri ao Brasil. Os dois chefes de estado assinaram acordos no Palácio do Planalto. Os memorandos de cooperação são nas áreas diplomática, comercial (inclusive de compras governamentais) e de segurança de fronteiras.
Macri e Temer assinaram também uma carta ao presidente do BID pedindo a realização de estudos sobre viabilidade de criação de uma agência para a convergência regulatória de Brasil e Argentina. Segundo Temer, essa cooperação regulatória ajudará a “tornar fluidos” os fluxos de comércio e de investimentos. Para o presidente argentino, ao estabelecer critérios técnicos sanitários e fitossanitários, a agência a ser criada “fortalecerá a integração produtiva e abrirá mercados que permitam trabalho para brasileiros se argentinos”, disse ele (ABr).
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