O presidente do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, afirmou que, independentemente da decisão da última quarta-feira (16), do Copom de manter a Selic em 6,50% ao ano, a instituição vai reduzir juros de algumas modalidades de crédito. Ocorrerá, segundo ele, no cheque especial e na linha de capital de giro voltada às empresas. “Estamos anunciando uma redução de juros em algumas linhas de crédito, principalmente, no cheque especial”, disse Caffarelli, durante conversa com jornalistas, na tarde de ontem (17), no evento do lançamento do projeto Orquestrando o Brasil.
Segundo o executivo, a decisão do BC não pode ser encarada como uma surpresa porque não significa que a cada Copom tem de se fazer uma redução de juros. “O Banco Central foi extremamente diligente tendo em vista o momento”, acrescentou. A manutenção dos juros, conforme o presidente do BB, não ameaça de forma alguma a recuperação do crédito no País. Ele reafirmou que há uma retomada do crescimento, mas que não ocorrerá na velocidade que o banco gostaria.
“É uma retomada do crescimento (do crédito) com base em uma crise absolutamente grande, mas não tenho dúvida de que vamos continuar nesse processo de retomada”, destacou Caffarelli, explicando que, neste momento, há uma série de efeitos externos que estão afetando o País.
Sobre dados divulgados recentemente e que motivaram a revisão das projeções para o PIB brasileiro, o presidente do BB disse que, se a economia não crescer 3% este ano, vai se expandir 2,5%. Dentro de um cenário de retomada da atividade, segundo ele, esse é um número “absolutamente forte”.
Caffarelli ressaltou que a demanda por crédito tem crescido no País e que mediante a retomada economia a tendência é que a procura por empréstimos fique ainda mais forte. De acordo com ele, os números mostram que os desembolsos de crédito tanto para pessoa física quanto jurídica estão crescendo. Disse ainda que a redução de juros que os bancos têm promovido não é sinônimo de que o crédito está retomando de forma mais fraca que o esperado, mas um ajuste em relação à queda da Selic e também a volta dos bancos para o crédito (AE).
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