O financiamento da habitação e o setor construção civil não serão afetados pelo saque dos recursos das contas inativas do FGTS, afirmou ontem (14) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O governo fez cálculos “rigorosos” para evitar um possível impacto. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacou que um dos motivos pelos quais a autorização se restringe às contas inativadas até 31 de dezembro de 2015 é manter o equilíbrio na utilização dos recursos do FGTS.
Segundo ele, o governo não considera estender a autorização às contas que ficaram inativas após a data. “Temos tido bastante cuidado com a sustentabilidade do sistema do FGTS. Essas coisas foram calculadas e simuladas. Qualquer medida adicional dependerá de passar por esse tipo de avaliação”, disse. Para Meirelles a medida ajuda a diminuir o tamanho do Estado, ou seja, a interferência do Poder Público na economia. “[As medidas] estão inseridas em um processo maior, que é o de diminuição do tamanho do Estado, em benefício da alocação de mais recursos para a sociedade brasileira”.
De acordo com Meirelles, o saque ajudará na recuperação da economia. “O trabalhador poderá sacar recursos que permitem a cada um consumir, poupar, investir. Outra forma de beneficiar é o pagamento de dívida, outra forma de alavancar a economia. O endividamento das famílias e pessoas é o maior impeditivo para um crescimento mais rápido”, comentou. O ministro fez referência também às projeções de crescimento para o PIB em 2017.
Oficialmente, a equipe econômica mantém a previsão de crescimento de 1% para este ano. O mercado financeiro, no entanto, estima alta menor, de 0,5%. O FMI prevê 0,2% e a ONU, um crescimento da ordem de 0,6%. “Temos perspectiva de crescimento [do PIB] neste trimestre. A média de 2017 contra 2016 é um número menor porque partimos de uma base muito baixa”, acrescentou.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, por sua vez, disse que com a autorização do saque das contas inativas o governo demonstra “atos concretos” em favor do trabalhador. Ele citou outras medidas, como a extensão do prazo do saque do abono salarial de 2016 e o plano de reforma da legislação trabalhista, anunciado no fim do ano passado. “Isso mostra sintonia com a sociedade” (ABr).
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