187 views 3 mins

Autorização de saque do FGTS não afetará construção civil, diz Ministro da Fazenda

em Manchete Principal
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante anúncio do calendário de saque das contas inativas do FGTS, no Palácio do Planalto.

Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante anúncio do calendário de saque das contas inativas do FGTS, no Palácio do Planalto.

O financiamento da habitação e o setor construção civil não serão afetados pelo saque dos recursos das contas inativas do FGTS, afirmou ontem (14) o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O governo fez cálculos “rigorosos” para evitar um possível impacto. O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, destacou que um dos motivos pelos quais a autorização se restringe às contas inativadas até 31 de dezembro de 2015 é manter o equilíbrio na utilização dos recursos do FGTS.
Segundo ele, o governo não considera estender a autorização às contas que ficaram inativas após a data. “Temos tido bastante cuidado com a sustentabilidade do sistema do FGTS. Essas coisas foram calculadas e simuladas. Qualquer medida adicional dependerá de passar por esse tipo de avaliação”, disse. Para Meirelles a medida ajuda a diminuir o tamanho do Estado, ou seja, a interferência do Poder Público na economia. “[As medidas] estão inseridas em um processo maior, que é o de diminuição do tamanho do Estado, em benefício da alocação de mais recursos para a sociedade brasileira”.
De acordo com Meirelles, o saque ajudará na recuperação da economia. “O trabalhador poderá sacar recursos que permitem a cada um consumir, poupar, investir. Outra forma de beneficiar é o pagamento de dívida, outra forma de alavancar a economia. O endividamento das famílias e pessoas é o maior impeditivo para um crescimento mais rápido”, comentou. O ministro fez referência também às projeções de crescimento para o PIB em 2017.
Oficialmente, a equipe econômica mantém a previsão de crescimento de 1% para este ano. O mercado financeiro, no entanto, estima alta menor, de 0,5%. O FMI prevê 0,2% e a ONU, um crescimento da ordem de 0,6%. “Temos perspectiva de crescimento [do PIB] neste trimestre. A média de 2017 contra 2016 é um número menor porque partimos de uma base muito baixa”, acrescentou.
O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, por sua vez, disse que com a autorização do saque das contas inativas o governo demonstra “atos concretos” em favor do trabalhador. Ele citou outras medidas, como a extensão do prazo do saque do abono salarial de 2016 e o plano de reforma da legislação trabalhista, anunciado no fim do ano passado. “Isso mostra sintonia com a sociedade” (ABr).