Especialista no ramo discorre sobre os benefícios de investir na estratégia, a fim de aprimorar a performance da empresa, e comenta sobre como as novas diretrizes do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) interferem no mercado
De acordo com o Mapa de Empresas elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), o Brasil registrou 1,3 milhão de empresas abertas no primeiro quadrimestre de 2023. Diante desse cenário, o mercado percebeu a importância e a necessidade das organizações adotarem diretrizes que assegurem e regularizem boas práticas de governança dentro dos negócios, as quais interferem no ambiente interno e externo das empresas. Uma das principais delas é a Governança Corporativa, tema que vem sendo cada vez mais abordado dentro das empresas e no universo empresarial.
“A Governança Corporativa é um conjunto de práticas, regras, processos e estruturas que tem como objetivo orientar e controlar as atividades de uma organização, com o propósito de assegurar sua longevidade e transparência perante o mercado. Ela busca garantir que o negócio seja administrado de forma eficaz e ética, visando maximizar o valor para os acionistas ou stakeholders, ao mesmo tempo em que considera os interesses de outros grupos envolvidos, como funcionários, clientes, fornecedores e a sociedade”, explica Suelen Evangelista, Gerente Geral da MADIS, empresa que, em 2023, celebra 100 anos sendo referência na comercialização de produtos e serviços que oferecem soluções completas para segurança empresarial, com hardwares, softwares e equipamentos próprios de alta tecnologia.
Em agosto deste ano, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), fundado em 1995, lançou a 6ª edição do Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, com novas diretrizes sobre o tema e o propósito de aprimorar e padronizar o tema no mercado corporativo. “Para adotar a Governança Corporativa nas instituições, primeiramente, é fundamental que todos os empreendedores e empresários estejam à par das novas orientações do IBGC, que é referência nacional e mundial sobre o tema, visto que esse compromisso é um comprometimento à longo prazo não só para a organização, como também para o mercado global como um todo, pois a empresa exerce a responsabilidade civil, social, ambiental, econômica e corporativa para com a sociedade”, sugere a Gerente Geral da MADIS.
De acordo com a especialista, que ocupa o cargo de gerência geral há dez anos na empresa centenária, a estratégia desempenha um papel importante na construção da confiança dos investidores, bem como dos clientes, influenciando diretamente na sustentabilidade do negócio a longo prazo. “Empresas que adotam boas práticas de governança tendem a ser mais atrativas para os clientes e acionistas, visto que, em ambos os casos, ela transparece sua ética, responsabilidade e compromisso com a operação como um todo. Isso vai desde a oferta de produtos, serviços e atendimento de qualidade, até no enfrentamento de riscos relacionados à fraudes e escândalos corporativos, que podem prejudicar a imagem e o desempenho da organização”, discorre Suelen.
Para os empresários e empreendedores que desejam aprimorar e, até mesmo, adotar as diretrizes da Governança Corporativa, a gerente geral da MADIS elenca, a seguir, quatro passos fundamentais para colocá-la em prática na organização. Confira, abaixo:
Eduque-se sobre a Governança Corporativa
“Antes de começar a implementar a estratégia, é fundamental compreender os princípios, práticas e benefícios associados à ela. Busque recursos educacionais, cursos e materiais sobre o assunto, para adquirir o conhecimento necessário”, indica Suelen. De acordo com ela, os principais princípios que englobam a Governança Corporativa, os quais também são aplicados na MADIS, são: Definição de Políticas e Diretrizes; Conselho de Administração Ativo e Independente; Transparência e Divulgação; Avaliação de Riscos e Controles Internos; Ética e Cultura Corporativa; Envolvimento de Acionistas; Remuneração Executiva Aliada ao Desempenho; Avaliação de Desempenho de Alta Administração, além de Sustentabilidade e Responsabilidade Social Corporativa.
Defina objetivos claros e crie uma estrutura adequada de governança
De acordo com a Gerente Geral da MADIS, estabelecer metas e objetivos que sejam realizáveis e condizentes com os princípios da organização é fundamental para implementar uma estrutura de governança apropriada para o tamanho e segmento do negócio. “Isso pode incluir a formação de um conselho de administração, comitês de governança, além de políticas e diretrizes que elucidem o que a empresa deseja alcançar”, complementa.
Treine e capacite sua equipe
“É importante, também, que todos os funcionários e colaboradores compreendam o conceito da Governança Corporativa e como ela se aplica ao negócio, para que essa prática seja adotada internamente na cultura organizacional da empresa. Na MADIS, temos cerca de oito profissionais de diferentes áreas que atuam na aplicação e na medição do desempenho da estratégia, que envolve uma série de colaboradores e partes interessadas interna e externamente à organização”, discorre Suelen. Para aplicar a estratégia nas empresas, ela sugere treinamentos e capacitação para todos os profissionais, com o objetivo de garantir que todos estejam alinhados com os valores, objetivos, práticas e responsabilidades da instituição.
Busque orientação externa e avalie regularmente as diretrizes
Conforme abordado acima, os princípios da Governança Corporativa são, constantemente, atualizados conforme as normas do IBGC. Sendo assim, cabe às organizações a aplicação das diretrizes atualizadas e o acompanhamento das inovações em relação ao tema. “Por fim, visto que a Governança Corporativa não é estática e é regularmente reformulada, é fundamental realizar avaliações contínuas para medir o desempenho da governança e fazer ajustes conforme necessário, visando sempre a melhora contínua das operações e seguindo as normas nacionais e globais sobre a estratégia”, finaliza Suelen. Segundo ela, é fundamental, também, considerar a possibilidade de contratar consultores e/ou especialistas em Governança Corporativa para orientação no processo de implementação.