O diretor-geral da ANP, Décio Oddone, afirmou ontem (29) que a partir de 2020 o Brasil passa a ter consolidada uma indústria do petróleo, não mais um monopólio que ‘durou décadas’. “O mais importante agora é resolver a questão da cessão onerosa com a Petrobras para permitir essa licitação do excedente. A ANP vai ter um desafio enorme na regulamentação do setor de gás natural e do refino e abastecimento, com a saída da Petrobras das refinarias, que abre uma espécie de vácuo no nosso modelo”.
Segundo Oddone, com os leilões já realizados e os marcados para a próxima semana, a indústria de óleo e gás do país vai passar a um novo patamar. “A produção do Brasil vai crescer imensamente a partir de agora. Os investimentos virão, estimamos de 50 a 60 novas plataformas instaladas no litoral brasileiro nos próximos anos. Isso é contratação, aumento de produção significativa e aumento brutal de arrecadação”.
Para ele, com o aumento da demanda por material e mão de obra, o país vai se preparar para atender o mercado. “Criando a demanda, os serviços, qualificação de pessoal virá. Com demanda vamos ter atividade, emprego, contratação local”. Informou também que já estão em andamento estudos regionais para verificar a possibilidade de agilizar os licenciamentos ambientais para a instalação e operação de poços de petróleo.
“É muito mais uma questão do Ibama do que nossa. Precisa dar celeridade no processo de licenciamento ambiental, dentro do princípio de que tudo vai ser feito com as melhores técnicas disponíveis. Hoje tem técnicas no mundo para fazer exploração de petróleo convencional e não convencional de forma segura. Sendo garantido em regiões que não tem sensibilidade ambiental alta e o governo decide licitar, não tem porque postergar a operação se ela foi pré-licenciada. Se não foi pré-licenciada, nem licita” (ABr).